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quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Moçambique: Projeto solidário português ajuda crianças a voltarem às aulas depois da destruição provocada pelo ciclone Idai


 – A organização não-governamental portuguesa SOPRO, em parceria com a Associação ‘Amigos da Montanha’, ajudou a equipar uma sala de aula em Moçambique com capacidade para 50 alunos sentados. 
 Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, esta ONG adianta que o projeto educativo está ligado à Missão de São Francisco de Assis em Mangunde, na Província de Sofala. A mesma fonte refere ainda que “esta ação só foi possível” graças aos fundos recolhidos durante a Meia Maratona de Barcelos organizada pela Associação ‘Amigos da Montanha’. Uma iniciativa que permitiu recolher cerca de dois mil euros de donativos e que teve como lema ‘Juntos pela Beira’, em alusão à catástrofe natural que atingiu gravemente aquela região moçambicana, com a passagem do ciclone Idai em março deste ano. 
 A SOPRO refere que vai continuar empenhada em angariar fundos que permitam às crianças, os jovens e os adultos moçambicanos regressar gradualmente às aulas, depois da destruição provocada pelo ciclone. 
 O projeto ‘Quero a minha Escola de Volta’ pretende a médio prazo ajudar a equipar várias salas de aula ligadas a missões atualmente em marcha no território moçambicano. No comunicado são citadas as missões de Machanga (40 carteiras), Estanquinha (112 carteiras) e Barada (500 carteiras), esta última “a mais afetada pelo ciclone Idai”.
 “Acreditamos que Pequenos Gestos Mudam o Mundo, por isso agradecemos a todos os que já contribuíram e aos que possam vir a contribuir para continuar a ajudar Moçambique!”, referem os promotores destas ações de solidariedade
 JCP

terça-feira, 16 de abril de 2019

LUSOFONIAS – Páscoa, depois da paixão e morte…

LUSOFONIAS – Páscoa, depois da paixão e morte…: Tony Neves Vivi a última Páscoa em Moçambique.
Os últimos e trágicos acontecimentos, provocados pelo ciclone Idai, sobretudo na Beira, têm-me feito sofrer muito. Celebrei nas periferias desta cidade o Domingo de Ramos e a Quinta-Feira Santa. 
Um ano depois, a intempérie não poupou esta pobre gente. 

O P. Albert Wulfu, missionário espiritano na Beira, partilhou o drama que se viveu na região nos dias 14 e 15 de março… e que se continua a viver.
Ninguém se lembra de nada parecido na história do país. Pessoas morreram, muitíssimas estão desalojadas e com fome. Escreveu: ‘Foi uma noite barulhenta, tensa e longa. O vento começou por volta das 9 horas de quinta-feira, 14 de março. Quando o vento aumentou, pelas 19 horas, já estava tudo na escuridão e sem meios de comunicação. As pessoas cujas casas começaram a desabar correram para um local seguro, algumas das quais com ferimentos. À meia-noite, o tempo acalmou, mas por pouco tempo. Ouviam-se os gritos daqueles que pensavam que era o fim. Pela uma hora da manhã, o vento atingiu o máximo, com velocidade de 220 km/h, de acordo com os meteorologistas. Neste ponto, casas foram abaladas, árvores caíram e vidros quebraram, as telhas voaram e edifícios ruíram. Na minha vida, foi a primeira vez que tive uma catástrofe natural de tal magnitude, e foi de fato desastrosa’. Dias depois, o P. Tchindemba, Responsável máximo dos Espiritanos em Moçambique, a residir em Nampula, conseguiu chegar à Beira com apoio financeiro. E escreveu: ‘Os colegas padres estão vivos e passam horas a fio a identificar e alistar as pessoas que precisam urgentemente de assistência (...)
(...)
Mas…a esta paixão e morte estão a abrir-se caminhos de Páscoa. A onda de solidariedade está a ultrapassar todas as expectativas e a esperança está a ganhar, outra vez, os corações das populações arrasadas por esta catástrofe natural. Sim, quando os corações se abrem e as pessoas se sentem irmãs, a partilha acontece e o futuro volta a desenhar-se com esperança e vida.

É assim a Páscoa de Cristo. Assim tem de ser a nossa Páscoa!

Feliz Páscoa!

sexta-feira, 22 de março de 2019

Moçambique: «Não há espaço para o desespero» – Arcebispo da Beira destaca a «força» de uma população jovem


 – O arcebispo da Beira, em Moçambique, afirmou hoje que a falta “de água e comida são os elementos mais graves”, que é preciso também dar “abrigo às pessoas” e realça a existência de uma população jovem como “sinal de esperança” para o futuro. “No último senso de 2017, 45% da população tem menos de 14 anos, é gente jovem, então, há uma vitalidade, uma esperança, um desejo de futuro, de abrir-se caminhos que vão ser uma força”, disse D. Cláudio Dalla Zuanna em declarações à Agência ECCLESIA.

O arcebispo da Beira realçou que “há uma base positiva” para acreditar num contexto melhor e se as preocupações agora estão centradas nos bens mais essenciais, nos próximos dias o olhar estará colocado na “reconstrução” de tudo o que ficou devastado com a passagem do ciclone Idai, desde há cerca de uma semana.


 “Penso que a boa vontade e a positividade seja fundamental nesta obra de reconstrução que é necessária”, disse o bispo argentino, responsável desde 2012 da arquidiocese moçambicana. D. Cláudio Dalla Zuanna disse que esta manhã os sacerdotes da diocese reuniram-se com a Cáritas, que vai dar os “kits alimentares”, que recebeu de outras Cáritas, e através da rede paroquial, os párocos com a Comissão da Caridade, vão “identificar famílias, as situações mais graves”, que vão receber essas ajudas.
 “Podemos não ter produtos nossos, mas esta rede de Caridade, esta presença no território que a Igreja Católica tem, é um recurso muito grande que queremos por à disposição. Mais do que recursos económicos podemos dar o recurso de proximidade que temos com as pessoas”, salientou. Neste contexto, referiu que se cerca de “130 mil pessoas” estão nos centros de acomodação, “muita gente ficou nos bairros”, apoiou-se na casa dos vizinhos e “a presença de uma paróquia, de uma comunidade cristã” no território pode ajudar.