sábado, 2 de março de 2019

"Fidelidade ao Mestre"

"O tema central da liturgia deste domingo convida-nos a refletir sobre esta questão: aquilo que nos enche o coração e que nós testemunhamos é a verdade de Jesus, ou são os nossos interesses e os nossos critérios egoístas?

O Evangelho dá-nos os critérios para discernir o verdadeiro do falso “mestre”: o verdadeiro “mestre” é aquele que apenas apresenta a proposta de Jesus gerando, com o seu testemunho, comunhão, união, fraternidade, amor; o falso “mestre”, ao contrário, é aquele que manifesta intolerância, hipocrisia, autoritarismo e cujo testemunho gera divisões e confusões: o seu anúncio não tem nada a ver com o de Jesus.

A primeira leitura, na mesma linha, dá um conselho muito prático, mas muito útil: não julguemos as pessoas pela primeira impressão ou por atitudes mais ou menos teatrais: deixemo-las falar, pois as palavras revelam a verdade ou a mentira que há em cada coração.

A segunda leitura não tem, aparentemente, muito a ver com esta temática: é a conclusão da catequese de Paulo aos coríntios sobre a ressurreição. No entanto, podemos dizer que viver e testemunhar com verdade, sinceridade e coerência a proposta de Jesus é o caminho necessário para essa vida plena que Deus nos reserva. Do nosso anúncio sincero de Jesus, nasce essa comunidade de Homens Novos que é anúncio do tempo escatológico e da vida que nos espera."

IN: Portal Dehonianos

Folha Paroquial VIII Domingo TC 03-03-2019

Podes ler Aqui a Folha Paroquial 

 ou aqui


sábado, 23 de fevereiro de 2019

Folha Paroquial VII Domingo TC 24-02-2019

Caríssimos leiam com atenção a Folha das atividades Paroquiais  AQUI
O Tempo forte da Quaresma está próximo "Quarenta dias para chegar ao BOM PORTO: CRISTO, PORTO DE MISERICORDIA E PAZ"


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Caminhada Quaresma 2019 - 40 dias para chegar a bom Porto: Cristo,Porto de Misericórdia e Paz"

40 dias para chegar a bom Porto
(...)
"Assim, a figura de Jonas, com o seu apelo à conversão e a sua resistência à missão, inspira-nos uma caminhada de saída da nossa zona de conforto, o que implica um caminho de conversão pessoal à misericórdia de Deus e conduz necessariamente cada um dos batizados a contribuir para a necessária transformação missionária de toda a Igreja (cf. EG 19-49).

Propomos que, em cada semana, frequentemos uma nova fronteira de missão, atraquemos em novo cais: pode ser uma escola, um café, um bar, um hospital, um centro de saúde, uma associação cultural, uma associação desportiva, um clube social, uma paragem de autocarro, uma estação de comboio ou de metro, uma casa de família, uma rede social, o mundo digital…

Sugerimos, como imagem desta caminhada, o leme de um navio, recordando a aventura de Jonas e o próprio Cristo, que é mais do que Jonas; é Ele o Homem do leme, que não nos abandona nesta travessia (Mt 8,23-27; Mc 4,25-41; Lc 8,22-25), e que nos abre, a partir do encontro reconciliador com Ele, o porto da misericórdia e da paz.

O texto integral da caminhada deixa sugestões e lembranças, antigas e novas, para este tempo de graça, que depois terá o seu momento celebrativo mais rico e expressivo no Tríduo Pascal e o seu aprofundamento na cinquentena pascal.

Vivamos em fidelidade criativa e em perspetiva de “saída missionária” as práticas já consolidadas na vida da Igreja, criando ou recriando as que forem necessárias, para não cair na tentação “deste cómodo critério pastoral: «fez-se sempre assim»” (EG 33).

Entremos todos nesta aventura. Como escreveu o Papa Francisco, na rede social twitter, no passado dia 30 de janeiro: "O segredo para navegar bem na vida é convidar Jesus, para entrar a bordo. O leme da vida deve ser posto nas suas mãos, para que seja Ele a guiar a rota".


Guião

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Eis a Boa Nova proposta por Jesus!

EVANGELHO – Lc 6, 17.20-26 - Clica aqui e vai ler e meditar o Evangelho deste domingo e as outras leituras)

Deixo-te aqui a reflexão, andamos tão distraídos com a nossa vidinha, que deixamos passar este Anuncia de Jesus, está Boa Nova que nos é proposto levar aos outros que caminham connosco neste caminho de peregrinos.

Refletir sobre as seguintes questões:
• A proposta de Jesus apresenta uma nova compreensão da existência, bem distinta da que predomina no nosso mundo.
A lógica do mundo proclama “felizes” os que têm dinheiro, mesmo quando esse dinheiro resulta da exploração dos mais pobres, os que têm poder, mesmo que esse poder seja exercido com prepotência e arbitrariedade, os que têm influência, mesmo quando essa influência é obtida à custa da corrupção e dos meios ilícitos. Mas a lógica de Deus exalta os pobres, os desfavorecidos, os débeis: é a esses que Deus Se dirige com uma proposta libertadora e a quem convida a fazer parte da sua família. O anúncio libertador que Jesus traz é, portanto, uma Boa Nova que enche de alegria os corações amargurados, os marginalizados, os oprimidos. Com o “Reino” que Jesus propõe aos homens, anuncia-se um mundo novo, um mundo de irmãos, de onde a prepotência, o egoísmo, a exploração e a miséria serão definitivamente banidos e onde os pobres e marginalizados terão lugar como filhos iguais e amados de Deus.

• Vinte e um séculos depois do nascimento de Jesus, que é feito da sua proposta? Ela mudou alguma coisa no nosso mundo? Às vezes, contemplando o mundo que nos rodeia, somos tentados a crer que a proposta de Jesus falhou; mas talvez seja mais correto colocar a questão nestes termos: nós, testemunhas de Jesus, teremos conseguido passar aos pobres e aos marginalizados esse projeto libertador? Teremos, com suficiente convicção e radicalidade, testemunhado esse projeto, de forma que ele tivesse um impacto real na história dos homens?

Folha Paroquial - VI Domingo TC 17-02-2019

Clica AQUI e lê a Folha Paroquial
 ou





domingo, 10 de fevereiro de 2019

Curso Revelação e Fé - Mensagem Cristã I

Não precisas sair de casa...

"Todos chamados por Deus"

"A liturgia deste domingo leva-nos a reflectir sobre a nossa vocação: somos todos chamados por Deus e d’Ele recebemos uma missão para o mundo.
Na primeira leitura, ( Is 6,1-2a.3-8) encontramos a descrição plástica do chamamento de um profeta – Isaías. De uma forma simples e questionadora, apresenta-se o modelo de um homem que é sensível aos apelos de Deus e que tem a coragem de aceitar ser enviado.

A segunda leitura (1 Cor 15,1-11) propõe-nos reflectir sobre a ressurreição: trata-se de uma realidade que deve dar forma à vida do discípulo e levá-lo a enfrentar sem medo as forças da injustiça e da morte. Com a sua acção libertadora – que continua a acção de Jesus e que renova os homens e o mundo – o discípulo sabe que está a dar testemunho da ressurreição de Cristo."

Odres Nuevos
No Evangelho, (Lc 5,1-11) Lucas apresenta um grupo de discípulos que partilharam a barca com Jesus, que acolheram as propostas de Jesus, que souberam reconhecê-l’O como seu “Senhor”, que aceitaram o convite para ser “pescadores de homens” e que deixaram tudo para seguir Jesus… Neste quadro, reconhecemos o caminho que os cristãos são chamados a percorrer.


Evangelho de Nosso senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus, para ouvir a palavra de Deus.
Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos estacionados no lago.
Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar as redes.
Jesus subiu para um barco, que era de Simão, e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra.
Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a multidão.
Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca».
Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes».
Eles assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a romper-se. Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco para os virem ajudar; eles vieram e encheram ambos os barcos de tal modo que quase se afundavam.
Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe:«Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador».
Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros, por causa da pesca realizada.
Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão.
Jesus disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens».
Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram tudo e seguiram Jesus.
Portal Dehonianos

Folha Paroquial do V Domingo TC 10-02-2019

 ou



quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Hoje Festa - As cinco Chagas do Senhor - Dehonianos

As cinco Chagas do Senhor - Dehonianos:
O culto das Cinco Chagas do Senhor, isto é, das feridas que recebeu na cruz e manifestou aos Apóstolos depois da Ressurreição, foi impulsionado por S. Bernardo, e encontrou sentida e profunda adesão no povo português, desde os começos da nacionalidade. Luís de Camões, nos Lusíadas, faz eco dessa devoção (I, 7). Prestando culto às Chagas do Redentor, é para Jesus Cristo que se dirige a nossa adoração, para quem nos amou até à morte e morte de cruz (cf. Fl 2, 8). A contemplação das Chagas do Senhor deu particular atenção ao Lado aberto, conduzindo os místicos medievais e posteriores à contemplação do Coração trespassado, a mais viva expressão do seu amor. Essa contemplação move-nos espontaneamente à correspondência, “amor com amor se paga”.

Nas Chagas do Senhor, particularmente na do seu Lado aberto, contemplamos o caminho do amor de Deus até nós e o nosso caminho de amor até Ele. S. Agostinho realça bem este caminho nos seus discursos: "Cristo é a porta. Esta porta foi aberta para ti quando o Seu Lado foi aberto pela lança. Recorda-te do que saiu e escolhe por onde entrar". Percorrendo este caminho de amor, chegamos à devoção ao Coração de Jesus.

 Foi este o caminho de Santa Margarida Maria. Desde pequena, teve uma afetuosa devoção à Paixão de Cristo e às cinco Chagas, atraindo particularmente a sua atenção a chaga do Lado. Finalmente, a convite de Jesus, fez a descoberta do Coração, reconhecido como símbolo da Pessoa amante do Redentor.

 Foi este, também, o caminho "místico" do Pe. Dehon. No "Ano com o Coração de Jesus", escreve: "O profeta não disse: "Verão Aquele que trespassaram", mas "Voltarão o olhar para dentro d’Aquele que trespassaram" ("Videbunt in quem transfixerunt") (Jo 19, 37 – Vulgata). S. João aplica estas palavras à abertura do Lado de Jesus, ao próprio Coração de Jesus que pôde entrever através da chaga do lado aberto…"

… "Leiamos e voltemos a ler este livro de amor do Coração de Jesus, devoremos este livro de amor que é o próprio amor e, quando ardermos de amor, a nossa oblação será facilmente generosa, pronta, sem cedências". Deste modo, o Pe. Dehon faz eco a S. João: "Hão-de olhar para Aquele que trespassaram" (19, 37); isto não é só uma profecia, é uma exortação, um convite, porque do mistério do Lado aberto (e do Coração Trespassado do Salvador), "nasce o homem de coração novo" (Cst 2-3). "Com S. João, vemos no Lado aberto do Crucificado o sinal do amor que, na doação total de Si mesmo, recria o homem segundo Deus" (Cst 21).

Assim contemplamos o Trespassado, no ato supremo da Redenção, não como os israelitas contemplavam a serpente de bronze, elevada no deserto, para curar as mordeduras das serpentes, mas penetramos na realidade suprema do Seu amor, no Seu Coração trespassado, e acolhemos o seu apelo à oblação, à reparação, à imolação, à consolação, àquele "culto de amor e de reparação que o Seu Coração deseja", que nos torna criaturas de coração novo.

Repete muitas vezes e vive hoje a palavra:
“Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 28).

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

EIS A GRANDE NOVIDADE!

"Eis a grande novidade do Reino de Deus na missão de Jesus:
 não é uma opção pelos bons nem pelos maus....mas uma opção pelos últimos"

Deus opta pelos últimos!

"Vamos ao encontro de Cristo naqueles em quem Ele já habita misteriosamente, atua e chama por nós!

Ir ao encontro de Cristo naqueles em quem Ele escandalosamente, se identifica: os últimos, os encostados de qualquer sistema, vitimas de qualquer poder ou violência..."
Vamos à procura de Cristo...

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Vaticano: Papa iniciou visita histórica aos Emirados Árabes Unidos para escrever «nova página» entre cristãos e muçulmanos

Vaticano: Papa iniciou visita histórica aos Emirados Árabes Unidos para escrever «nova página»
entre cristãos e muçulmanos:

"Estou feliz por esta oportunidade que o Senhor me ofereceu para escrever, na vossa querida terra, uma nova página da história das relações entre as religiões, confirmando que somos irmãos, mesmo sendo diferentes”, referiu o pontífice, numa video mensagem divulgada antes da sua deslocação. Francisco sublinha que a fé em Deus “une e não divide, aproxima, não obstante a diferença, afasta da hostilidade e da aversão”
mais Ecclesia

HOJE EU FUI À MISSA!

Partilho convosco uma mensagem que recebi por email, li e reli várias vezes, telefonei queria saber mais, e depois e depois mas ficamos por aqui, foi uma benção!
Pedi para partilhar, creio que poderá ajudar a refletir!
Sim a refletir, porque muitos de nós cumprimos os nossos "deveres" como o de ir todos os domingos à missa, mas quando somos enviados no final da Eucaristia, seguimos para a nossa "vidinha" esquecendo que fomos enviados a levar a Boa Nova, ou seja a Palavra de Deus aos outros.

"Olá amiga! tenho uma grande novidade!


Tu sabes como te acho uma grande chata, quando perguntas “então como foi o teu Domingo?” sei que esperas que eu te diga – hoje fui â Missa, mas a resposta é sempre a mesma:

- Foi bom! Almocei ali…fui acolá…
- Missa acabei com ela a alguns anos….tu sabes!

Mas hoje amiga, passei junto de uma Igreja quando os sinos tocavam… (lembrei-me do que dizias na catequese “ os sinos convidam para o Encontro…”, entrei!!!
Não sei se foram os sinos, não sei o porquê desta vontade de entrar…mas o meu coração acelerou!

Olhei, era tudo como dantes, as pessoas tristes, o celebrante triste MAS, um coro de vozes harmoniosas cantava “vem, vem louvar o Senhor…” afinal alguém me chamava!
E então eu desisti de analisar, deixei-me levar.
No momento de confessar os pecados eu não os encontrei, eu só sabia que estava ali diante do Altar, o coro ouviu-se de novo “Senhor tende piedade” e eu arrepiei-me toda e olhei para o Altar e ouvi a absolvição e o convite a ouvir a Palavra, ou acho que ouvi…

Na 1ª Leitura aquele profeta diz que ouviu a Palavra do Senhor … e foi enviado por Deus a anunciar, numa missão terrivelmente difícil, mas não desistiu Deus estava com ele
Segue-se o Salmo “A minha boca proclamará a vossa salvação” e às tantas o salmista diz desde o nascimento Vós me sustentais”….
Ainda mergulhada no salmo que me perturba e já São Paulo vem dizer-me tantas coisas, conheço muito bem este texto a que muitos chamam “hino de amor” , mas hoje foi NOVO para mim, porque este amor é exigente, desinteressado, generoso, a que chama caridade…(este é o amor que eu conheço mas onde anda este amor???)
O Evangelho mostra como Jesus foi desprezado pelos seus…
Eu sinto como é difícil seguir o Caminho, Deus chama Ele mostrou com o Seu Filho Jesus como é difícil mas Nele está a nossa Salvação "Fazei a vontade de Meu Pai"

Esperei com ansiedade a homilia, precisava de interpretar melhor tudo o que ouvi e ressoava dentro de mim...

Salvou-me a folha que estava no banco que além dos avisos tinha uma breve introdução à Palavra…

Hoje o meu domingo foi diferente, fui à Missa!

sábado, 2 de fevereiro de 2019

"IMPOSSÍVEL TRAVAR O CAMINHO DO AMOR" -

Copiei e colei a partir do ponto 6, mas encanta-te desde do 1º neste "IMPOSSÍVEL TRAVAR O CAMINHO DO AMOR"
(...)
6. Somos HOJE também colocados perante o relato abreviado da vocação profética de Jeremias (1,4-5 e 17-19). O relato abre com a chamada «fórmula de acontecimento» [= «Veio sobre mim a Palavra do Senhor»] (1,4), que marca um início novo na vida do Profeta, e fecha com a chamada «fórmula de conforto» ou de «assistência» [= «Eu estou contigo»] (1,19), pela qual Deus garante ao seu Profeta apoio permanente. A missão de Jeremias destina-se às nações pagãs, mas também a Judá, seus reis, sacerdotes e todo o povo (1,17). A todos Jeremias, o profeta de Anatôt, uma aldeiazinha situada a uns seis quilómetros a nordeste de Jerusalém, deve falar a Palavra do Senhor. Os versículos cortados, por sinal os mais belos, definem a missão de Jeremias como uma missão difícil, marcada por quatro verbos negativos [= arrancar, destruir, exterminar, demolir] (1,10a), a que só depois se seguem dois positivos [= construir, plantar] (1,10b). Nesta altura, com Jeremias consciente da difícil missão que lhe foi confiada, estabelece-se um dos mais belos e significativos diálogos de toda a Escritura. A Palavra do Senhor vem sobre Jeremias (nova «fórmula de acontecimento») para lhe perguntar: «O que vês, Jeremias?», a que o Profeta responde com a belíssima expressão: «Vejo um ramo de amendoeira!» (1,11). «Viste bem, Jeremias», confirma o Senhor (1,12).

7. A amendoeira é uma das poucas árvores que floresce em pleno inverno. Jeremias vê bem, de forma penetrante que, na invernia da sua difícil missão, nasce já a flor da esperança, que é sempre a última palavra de Deus. E é essa flor-palavra, palavra em flor, que o Profeta vê-ouve-diz sempre, mesmo no meio da tempestade! Na verdade, Jeremias atravessa o período mais negro da história do seu país (Judá). Assiste às duas entradas arrasadoras do babilónio Nabucodonosor em Jerusalém, em 597 e 587 a. C. Os olhos de Jeremias veem a destruição, o sangue, a morte, a destruição do Templo, a deportação do rei, a que foram vazados os olhos, depois de ser obrigado a assistir à morte dos seus filhos. Os olhos de Jeremias veem sangue, ruína, morte, devastação, deportação, enfim, o fim do seu país. Não obstante tudo isto, Jeremias não fica com os olhos presos no sangue e na lama, e vê já mais além, vê um ramo de amendoeira, a flor da esperança, que anuncia já um tempo novo, bom e belo. Ainda hoje, à entrada de Anatôt, terra natal de Jeremias, se pode ver uma grande e velha amendoeira! Extraordinária lição e desafio para nós que estamos ainda com os olhos turvos pelas atrocidades, perseguições e acentuado desprezo pela vida humana que se vai vendo por este mundo fora.

8. Continuamos também, neste Domingo IV do Tempo Comum, com a Leitura semi-contínua do «Apóstolo». Ficamos assim perante o famoso «Hino à caridade» (1 Coríntios 12,31-13,13), uma das páginas mais extraordinárias do epistolário paulino. A uma comunidade em que os membros correm por conta própria, na vã tentativa de se posicionarem à frente uns dos outros, o Apóstolo Paulo aponta o AMOR (agápê) como caminho, testemunho e meta a atingir. É que mesmo que eu possua todos os bens e todos os dons, se não tiver o AMOR, que é o testemunho a transportar e a transmitir, posso estar a correr em vão ou ter já corrido em vão. É que o que é mesmo necessário viver é o AMOR.

9. Temos hoje a graça de poder saborear um bocadinho do Salmo 71, que é o único Salmo declaradamente posto na boca de um idoso. E aí, o velho orante não se lamenta nem tão-pouco faz apelo a qualquer sobrevivência depois da morte, mas implora simplesmente: «Não me rejeites no tempo da velhice,/ não me abandones quando o meu vigor desvanece» (vv. 9 e 18). Amando apaixonadamente esta vida, e vivendo-a com o intenso gosto de viver que Deus lhe incutiu no coração, ao homem bíblico não lhe sobra tempo para sonhos fáceis de imortalidade – o desejo da imortalidade é completamente estranho à alma ou à substância da antropologia bíblica – ou lúgubres meditações sobre a morte. O Antigo Testamento sabe e sente que a vida humana tem medida. Não a medida da inveja, como se vê nos mitos assiro-babilónicos, mas a medida do amor. E isso basta. E isso nos basta.



Sabes, meu irmão, que em Anatôt,

Há uma amendoeira em flor carregada de esperança.

Sim, em Anatôt, de Anatôt, a amendoeira levanta-se

E planta-se no teu coração róseo-branco de criança.
Sim, em Anatôt, Foz Coa, Kilimanjaro, Lamego,

Aí mesmo no chão do teu coração,

Tanto faz, minha irmã, meu irmão.

Sai dessa reclusão

E vem expor-te

A este vendaval manso de graça e de perdão.



A amendoeira em flor é uma toalha branca estendida pelo chão.

Não pela minha mão,

Incapaz de tecer um tal manto de brancura,

Mas pela mão de Deus,

Que também faz brotar o vinho e o pão

E a ternura

No nosso coração.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Amanhã - Festa da Apresentação do Senhor - 2019


Celebra-se amanhã sábado dia 2 de fevereiro 
"Festa da Apresentação do Senhor"; com a Bênção das velas
"Como este ano calha ao sábado, será, naturalmente, na Eucaristia Vespertina das 18.00 horas.
É o primeiro sábado do mês. Como a Eucaristia dos primeiros sábados é animada pelo Grupo Coral do Apostolado da Oração, será este grupo a assumir a animação litúrgica." (Folha Paroquial)

"Esta festa já era celebrada em Jerusalém, no século IV. Chamava-se festa do encontro,hypapántè , em grego. Em 534, a festa estendeu-se a Constantinopla e, no tempo do Papa Sérgio, chegou a Roma e ao Ocidente.
Em Roma, a festa incluía uma procissão até à Basílica de S. Maria Maior.
No século X, começaram a benzer-se as velas.

José e Maria levam o Menino Jesus ao templo, oferecendo-o ao Pai. Como toda a oferta implica renúncia, a Apresentação do Senhor é já o começo do mistério do sofrimento redentor de Jesus, que atingirá o seu ponto culminante no Calvário. Maria e José unem-se à oferta do seu divino Filho estando a seu lado e colaborando, cada um a seu modo, na obra da Redenção."
IN Dehoneanos