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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

«O que foi que levou a sentir o conflito como algo normal no mundo?»: Mensagem do papa para o Dia Mundial da Paz

«O que foi que levou a sentir o conflito como algo normal no mundo?»: Mensagem do papa para o Dia Mundial da Paz: A Igreja Católica em diálogo com a arte e o pensamento.

“A cultura do cuidado como percurso de paz” é o tema da mensagem para o 54.º Dia Mundial da Paz, que se assinala a 1 de janeiro, na qual o papa sublinha que os recursos gastos em armas «poderiam ser utilizados para prioridades mais significativas», pede medidas para garantir o acesso às vacinas contra a Covid-19 «a todos aqueles que são mais pobres e mais frágeis», e acentua que é imprescindível dar protagonismo às mulheres.

«O que foi que levou a sentir o conflito como algo normal no mundo? E, sobretudo, como converter o nosso coração e mudar a nossa mentalidade para procurar verdadeiramente a paz na solidariedade e na fraternidade?», questiona Francisco, que sugere que se tome a decisão «corajosa» de criar fundo mundial com o dinheiro gasto em despesas militares «para poder eliminar a fome e contribuir para o desenvolvimento dos países mais pobres».

Dois meses após a publicação da encíclica “Todos irmãos”, o papa lança um apelo ao mundo: «Não cedamos à tentação de nos desinteressarmos dos outros, especialmente dos mais frágeis, não nos habituemos a desviar o olhar, mas empenhemo-nos cada dia concretamente por «formar uma comunidade feita de irmãos que se acolhem mutuamente e cuidam uns dos outros».


quarta-feira, 8 de abril de 2020

O abismo, a voz e o eco

O abismo, a voz e o eco: A Igreja Católica em diálogo com a arte e o pensamento.

 (...)
 A Páscoa não é abismo, porque a Páscoa não é a negação da voz que nos pode responder. Pelo contrário, a Páscoa é a voz que nos responde. 
A Páscoa é a negação do sofrimento. Não é a negação da realidade do ato da cruz, mas é a negação de que tal ato triunfe. E que é o sofrimento uma vez terminado? Apenas uma memória, que nada é se não fizermos dele, morto, que é já nada, o nosso ídolo e a ele adorarmos, na pior forma de ateísmo que existe que é a que consiste em praticar a religião do «nosso umbigo». 

 Num tempo de humana catástrofe, em que muitos encaram os últimos dias de sua vida como certo abismo, que os cristãos vivam a alegria do amor, do amor seu, que é amor de Deus em suas mãos. Há um absoluto de bem em cada ato de amor e nesse absoluto encontra-se um especial prazer espiritual que nos põe imediatamente um gosto a transcendência na alma.

 Que se viva!

 Américo Pereira  Lê mais Pastoral da Cultura

sábado, 7 de março de 2020

"Via-sacra meditada e percorrida por reclusos"

"A reclusão é uma “via crucis”, via de cruz. Pode conduzir ao desespero, ou pode, na fé, abrir ao horizonte da Páscoa.

As breves reflexões que acompanham esta via-sacra foram amadurecidas em grupos de meditação do Evangelho, compostos por pessoas detidas na prisão de Bolonha, para partilhar a Palavra, as alegrias e as dores, as angústias e as esperanças, avançando juntos pela estrada da liberdade.

As referências diretas à condição de reclusão, em algumas passagens, são inevitáveis porquanto teria sido insípido propor reflexões desligadas da condição de vida pessoal.

São catorze estações percorridas por Jesus inocente. Nenhum de nós pode dizer o mesmo. Ele percorre-as não como um herói que nos humilha na nossa culpa, mas como irmão que toma sobre si o nosso jugo de cruz, para que não sucumbamos.

Quarta estação: Jesus encontra a sua Mãe

Pode, porventura, uma mulher abandonar o fruto das suas entranhas? Pode uma mãe deixar que o seu filho percorra caminhos de cruz sozinho? Penou uma vida para que esses caminhos lhe fossem poupados. Ensinou-lhe os trilhos da justiça e os caminhos da salvação. Mas mesmo quando descobre que não o salvou das vias dolorosas, ela está lá para lhe dar novamente a vida, para lhe dar uma vida nova.

Ser-se arrancado da própria mãe é ainda pouco comparado à dor da mãe que se vê arrancar o filho. Sabemo-lo bem, e com dor, nós que, por nossas culpas, vivemos longe da nossa família, e deixámos filhos distantes do pai e da mãe. Sabemos bem, e com esperança, que a dedicação e o amor de uma mãe não se esgota diante de qualquer provação ou dor originada por um filho. Quando a dor é de uma mãe, é sempre dor de um parto, que gera vida.

Num diálogo imaginário, assim Jesus se dirige a Maria:
«Nos teus olhos, mãe queridíssima, leio todo o desespero que vives neste momento pela condenação e sacrifício ao qual fui entregue.
Educaste-me com amor, e agora os teus olhos estão impregnados de tristeza pelo destino que me espera. A tua dor é fecunda, e abre as portas da vida a quem, pelas estradas da vida, se perdeu e me procura»,

Senhor, Filho do Pai, não permitas que ninguém seja perdido dos irmãos que foram confiados.
Cristo, nascido da Virgem Maria, a nossa vida de filhos seja honra para os nossos pais e as nossas mães.
Senhor, Filho de Deus e Filho do Homem, dá-nos a fé para renascer para a vida de filhos.
IN Pastoral da Cultura