Como formar para a oração as crianças a partir dos dois - três meses?
Principalmente pela oração:
a oração não é primeiramente uma “formulação” uma recitação de formulas, mas é essencialmente uma vida de relação pessoal com Deus.
A criança pequenina que não sabe ainda falar, não vai pronunciar orações, mas ela é capaz de captar o“divino”.
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Ao ensinar à criança a arte da oração, estais a dar-lhe as primeiras noções religiosas fundamentais.
Trata-se de a ensinar a rezar, não de a fazer recitar orações. É a oração que cria os primeiros contactos da criança com Deus, e a dispõe a acolher a acção do Espírito Santo.
Ensiná-la a rezar é iniciá-la numa fé viva” (MgrChevrot).
É necessário que se crie um clima favorável que conduza ao silêncio, num quadro de calma e de recolhimento.
A atitude orante do adulto educa para a oração.
É rezando que ensinamos as crianças a rezar
É a nossa própria vida de oração que envolve a criança, como que por osmose. Quanto mais esta vida for profunda, mais a criança se poderá impregnar do divino.
Daí a importância para o despertar da fé das nossas crianças, de termos nós mesmos uma vida real de oração. Será o motor da acção educativa na via da espiritualidade cristã.
Nesta fase etária, não é importante “explicar”, “ensinar-lhe” a religião, trata-se antes de lhe ensinar a viver sobre o olhar de Deus, de se saber amada por Ele e de O amar como resposta.
É a oração que vai habituar a criança a viver na presença de Deus, a partir de algumas ideias muito simples, mas fundamentais.
Deus é grande, Deus é bom: Ele gosta de mim, ama-me.
Em resposta: Eu adoro-o, e para O amar, eu obedeço-lhe.
A criança pequenina é capaz de ir entendendo.
São estas as bases da vida interior para a criança e que podem ficar para sempre.
Dois aspectos importantes:
- Um elemento indispensável da oração é o silêncio e o recolhimento:
- É no silêncio que a pessoa se pode encontrar com Deus. Esta formação para o silêncio com os pequeninos a partir dos 3-4 anos é não somente possível mas muito favorável, para que criança cresça na profundidade do seu ser em relação.
Quanto mais pequenina for a criança, mais breve deve ser a oração. Curta, mas bela: sobretudo evitemos a linguagem de bebé… mesmo com os mais pequeninos! Diante de Deus não usemos infantilismos. Não hesitemos em usar uma oração tirada dos salmos… O sentido de sagrado que o adulto dá à oração ajuda a criança a saborear o gosto do profundo e do essencial."
(continua)
Catequese Patriarcado de Lisboa
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