"O homem e a fé. Procuremos adentrar-nos neste vasto horizonte. A nossa será apenas uma breve navegação num oceano de mil rotas. «Em Deus descobrem-se sempre novos mares quanto mais se navega», afirmava frei Luis de León, escritor místico espanhol contemporâneo de Santa Teresa d’Ávila e S. João da Cruz. Orientar-nos-emos para o coração da fé cristã que é não só o «grande código» da civilização ocidental (sem ela, por exemplo, não existiria a “Divina Comédia”) mas é a alma da nossa espiritualidade e está indubitavelmente na raiz do mais alto e amplo sistema teológico e ideológico elaborado pela humanidade.
A fé é a primeira do tríptico das chamadas «virtudes teologais». Este adjetivo remete-nos obviamente para Deus, no sentido subjetivo (a fé é a virtude dada pelo próprio Deus, infundida por ele, alimentada, sustentada, provada e joeirada) e em sentido objetivo (é a virtude que tem por objeto Deus, o seu mistério, a sua palavra e a sua obra). É, em todo o caso, à luz da revelação e da razão que nós nela nos adentrarmos, procedendo segundo um ritmo binário que não é dialético e antitético, mas harmonioso, de contraponto, de dueto. (...)
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