"O rosto da criança interrompe a rotina do nosso quotidiano e interpela-nos. Evoca, a infinidade de crianças desaparecidas, e outro tanto de menores desacompanhados.
O rosto da família recorda-nos tantas famílias que buscam legítimas condições de vida, proteção, concretização de sonhos, sonegados pelo egocentrismo, pela lentidão burocrática aliada à falta de decisão política, por medos e suspeitas intoleráveis, que agravam o drama de milhares de migrantes e refugiados, que nos espaços a que estão confinados interpelam as sociedades e os Estados.
Milhares de pessoas viram as suas vidas transtornadas e, por razões alheias à sua vontade, denunciam a falta de paz, a miséria, as desigualdades sociais e territoriais, a corrupção, os diversos perigos acumulados durante o seu percurso migratório. O fenómeno migratório recorda-nos que o planeta terra é a nossa casa comum, património de toda a humanidade, e que os povos estão interligados. E por esse motivo também ao nível dos Estados precisamos de nos encontrar e construir uma política mais humana, que sirva a promoção da dignidade das pessoas, famílias e povos. Sociedades, países e grupos que se fecham e erguem barreiras estão doentes e necessitam de cuidados. O terrorismo, o tráfico de pessoas, a exploração laboral e sexual são chagas conhecidas que carecem de um combate urgente." (...)
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