Para os mais distraídos quero dizer-vos que há um espaço abaixo da postagem onde pode comentar, deixar a sua opinião...
A verdade é que é raro isso acontecer, mas o Francisco comenta e isso ajuda a compreender melhor o que foi dito na postagem e faz-nos "arder o coração" quando nos explica "que somos peregrinos, dirigimo-nos para a nossa pátria que é o Céu, como no plano original de Deus, antes do pecado original.
"O que nos indica em baixo no «Tens dez minutos?» é bastante importante. (diz o Francisco:)
- Nos Evangelhos Jesus fala diversas vezes sobre a oposição que existe entre Ele e o mundo.
"Entreguei-lhes a tua palavra, e o mundo odiou-os, porque eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo. Não te peço que os retires do mundo, mas que os livres do Maligno. De facto, eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo.
Faz que eles sejam teus inteiramente, por meio da Verdade; a Verdade é a tua palavra. Assim como Tu me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo, e por eles totalmente me entrego, para que também eles fiquem a ser teus inteiramente, por meio da Verdade." (Jo 17, 14-19)
O mundo onde nascemos não é compatível com Deus por causa do pecado e da nossa natureza, fruto do pecado original. Por isso necessitamos de salvação, sem Jesus já estavamos condenados. É o abismo que existe entre o mundo e Deus, "entre nós e vós há um grande abismo, de modo que, se alguém pretendesse passar daqui para junto de vós, não poderia fazê-lo, nem tão-pouco vir daí para junto de nós." (Lc 16, 26).
Pela salvação que Jesus alcançou esse abismo deixa de existir, e em vez de um abismo temos a possibilidade de uma forte comunhão, "Se alguém me tem amor, há-de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada. 24Quem não me tem amor não guarda as minhas palavras; e a palavra que ouvis não é minha, mas é do Pai, que me enviou." (Jo 14, 23-24).
Mas para isto é necessário da nossa parte cooperarmos com a Graça de Deus, acreditarmos na Fé e convertermo-nos.
O mundo e a lógica do mundo onde existe o abismo continua, mesmo após o baptismo precisamos de ajuda para perseverarmos na Fé. Para isso Jesus deu-nos a Igreja e os sacramentos, principalmente a Hóstia Sagrada o como alimento da vida eterna.
Não é necessário retirarmo-nos todos para longe do mundo, temos de nele permanecer mas vivemos de maneira diferente, passamos a viver para Deus santificando o mundo.
Assim, a nossa Esperança não é de um mundo melhor ou uma vida feliz, esses são os nossos deveres de cristãos que devemos fazer e proporcionar mesmo aos pecadores e a quem não acredita, tendo sempre Deus como medida do Bem e não apenas o Homem ou o mundo. Na verdade a nossa Esperança é o Céu, a vida eterna no Reino de Deus quando o Senhor voltar, aqui na terra somos peregrinos, dirigimo-nos para a nossa pátria que é o Céu, como no plano original de Deus, antes do pecado original.
Por isso no mundo temos uma tarefa importante: escolher e preparar onde vamos passar a eternidade.
Ajudemo-nos uns aos outros para que seja no Céu, junto do Deus único e verdadeiro que nos criou por amor, para o conhecermos, amarmos e servirmos.
É isto que temos de conseguir dar às nossas crianças e jovens, a Fé e ajudá-los a converter-se. O maior amor que lhes podemos desejar é que alcancem o Céu para o qual foram criados! E o Céu não está garantido à partida, é necessário conversão, acreditar.
3 comentários:
É bem verdade, era importante mais pessoas comentarem e partilharem as suas dúvidas e dificuldades. A Igreja existe para ajudar, como Jesus existe para salvar e não para condenar, apesar de muitas vezes ter de dizer coisas difíceis, exigentes, também ajuda a compreendê-las e vivê-las, a exigência é normal porque condenados já estávamos sem Jesus.
A Fé é um todo em que se acredita, não se pode ignorar ou retirar algo que não se aceita ou compreende, ou se tem ou não se tem. É um tesouro que é transmitido de geração em geração, para que nós, os nossos filhos e netos um dia também acreditem, com aquela alegria de acreditar sem ter visto.
É importante focarmos a missão neste ponto, no persevar e transmitir a Fé, com toda a Verdade, todos os artigos do Credo, Pai-Nosso e doutrina. É importante ajudar a conhecer bem a Fé, compreender, ajudar a acreditar, à conversão, pedindo a Graça de Deus para acreditar e ajudar a transmitir. Tudo o resto vem daqui, da Fé.
Nós acreditamos em alguém e no que ele nos diz porque esse alguém é de confiança. Assim é com a Fé, acreditamos em Deus e no que nos revelou porque em Deus podemos confiar. É com a nossa livre vontade, ajudados pela Graça de Deus que acreditamos no que nos foi transmitido. É isto ter Fé, acreditar em Deus e no todo que Deus nos revelou, é este o nosso tesouro.
Por isso a Fé não está dependente de fazermos ou não a experiência de Deus, a Fé não é acreditar em algo que nos ajuda e não é termos apenas um enriquecimento espiritual, também não é não saber o sentido da vida e o que acontece depois da morte, não é ter Jesus apenas como amigo e não é encontrar Deus por intuição nossa.
"Em Portugal se conservará sempre o dogma da Fé" disse Nossa Senhora de Fátima, e é este o ponto fundamental da nossa missão pois é onde assenta tudo o resto. Ter Fé, acreditar, em Deus que nos criou e na Verdade que nos revelou, com a Graça e conversão moldando a nossa vida na Vida que nos quer dar.
A crise que vivemos é uma crise de Fé porque moldamos tudo a um acreditar que sabe mais de nós do que de Deus. É uma crise presente não só entre os não crentes mas muitas vezes também entre nós em que a Fé que possuimos já não é a Fé católica, igual à dos Apóstolos e transmitida ao longo dos séculos. Muitas vezes parecemos católico-protestantes ou com gestos pagãos de uma crença incerta.
A crise de Fé leva à crise moral presente não só no mundo mas também por vezes em nós quando o nosso modo de vida não difere muito de quem não acredita. Como diz São Paulo, devemos ser irrepreensíveis e íntegros, filhos de Deus sem mancha, no meio de uma geração perversa e corrompida; nela brilhais como astros no mundo (Fl 2, 15). Mas muitas vezes pouca diferença e brilho existe, com uma Fé frágil, vazia e sem substância não temos a força para formar e edificar a nossa vida cristã.
Por aqui já temos casos de quem não coloca os filhos na catequese em nome de uma suposta liberdade, isto é crise de Fé, e também é quando em casa não se transmite a Fé e se deixa tudo para a catequese, também é quando não se leva o filho à missa, também é quando se reduz a missa a um convivio/celebração da comunidade.
A Igreja existe para ajudar nestes casos, e o mundo precisa que brilhemos e façamos um esforço adicional.
Por isso, venham, não nos conformemos, coloquem dúvidas, questões, dificuldades, o que não compreendem ou não sabem, porque actualmente a pessoa comum que vive de forma normal, mesmo sem cair em extremos, já está afastada da vida cristã e da Fé que Cristo nos veio dar, colocando a salvação em risco e onde o tesouro da Fé não foi recebido nem é transmitido aos seus filhos e netos.
"Deus, nosso Salvador, quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade" (1Tm 2, 3-4) façamos a nossa parte para persevar o dogma da Fé para que todos conhecendo a Verdade se salvem.
Estive a ler os materiais das XIV JORNADAS CATEQUÉTICAS e aí infelizmente surge também o probelema que referi da crise de Fé. Ainda que seja sem intenção, tentando mostrar o lado belo, é apresentada a Fé e a nossa resposta moldada no sentido do mundo e não no sentido do Evangelho.
Começa por indicar que o catequista é testemunha porque se deixou encontrar, tocar, amar, transformar por Jesus Cristo e pela comunidade. Isto reduz a Fé a um sentimento e a nossa resposta deixa de ser humilde para passar a ser edificada nos beneficios que a Fé me possa dar.
O catequista é testemunha porque tem Fé, acredita em Deus e no que nos revelou, assim ama-O, conhece-O e serve-O porque é Deus, e daí amando o próximo no amor de Deus quer que também eles se salvem e conheçam, amem e sirvam a Deus.
Precisamos de recuperar o sentido da humildade, do dever, de praticar o Bem, a justiça, a santidade. Se acreditamos em Deus e no que nos revelou temos de ser verdadeiros Filhos de Deus, devemos reconhecer o dever de sermos bons servos e bons filhos, o dever de praticar o Bem, a justiça, a santidade. Não somos cristãos e levamos uma vida cristã apenas porque isso é bom para nós, nós somos e fazemos porque é isso que é justo e verdadeiro.
Jesus sofreu e deu a vida por nós e indicou-nos o caminho (da porta estreita) que devemos seguir para recebermos os frutos da Sua redenção e da salvação. É um convite que nos faz, explicando qual a realidade da vida. A esse convite respondemos sim ou não. Como podemos perante Jesus que sofreu e deu a vida por nós dizer-Lhe que primeiro temos de fazer a experiência, o encontro para vermos se é bom e importante para mim?
Às nossas crianças ensinamos que devem respeitar e escutar os mais velhos, não lhes dizemos para fazerem a experiência de estar com os mais velhos e depois decidem se os respeitam e escutam.
Temos de aprender a conversão, aprender a abandonar o «Eu» e colocar o coração em Deus, o mundo está edificado no orgulho mas Jesus pede-nos para nos edificarmos na humildade. Somos a criatura que reconhece o seu criador e tudo o que fez e faz por ela.
Como sabe quase tudo o que publico não é da nossa autoria (tenho o cuidado e o dever de sempre assinalar isso)da Paróquia de Cucujães apenas temos a Folha Paroquial feita pelo nosso Pároco.
Assim deixo para quem lê a possibilidade de analisar e comentar se assim o desejar.
Os seus comentários são um raio de luz que me ajuda a ver tantas coisas que eu sabia, mas deixei-me levar na corrente do modernismo...talvez!!!
Obrigada!
Paz e Bem!
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