segunda-feira, 15 de agosto de 2016

"Papa: Assunção de Maria, mistério que diz respeito a todos"

"A Assunção de Maria é um grande mistério que diz respeito a todos nós, sobre o nosso futuro. Maria nos precede na estrada para a qual são encaminhados aqueles que, diante do Batismo, ligaram a sua vida a Jesus, como Maria entrelaçou a Ele a sua própria vida."

Radio Vaticano


"15 de Agosto"

"A cena evangélica deste dia é tocante, um quadro belíssimo: duas mulheres d'esperanças! O diálogo bíblico entre duas mulheres d'esperanças, para ver se percebemos que foi para a Esperança que fomos chamados pela trombeta jubilar que abre o Novo Testamento. A Esperança da Gloriosa Liberdade dos filhos de Deus, a Liberdade que se funda na Justiça e na Paz sem vencedores nem vencidos.

Duas mulheres d'esperanças são o quadro-moldura do Hino da Revolução Messiânica, mais conhecido como Magnificat, para ver se percebemos que ESTA é a Esperança a que fomos chamados, porque é preciso que Deus Reine. Porque precisamos que Deus Reine. Porque precisamos, para nossa salvação, de sermos salvos dos nossos desmandos, arrogâncias, opressões e tiranias.

Duas mulheres d'esperanças... fascina-me, há muito, este quadro! E no dia em que tantas vezes dizemos a palavra "Assunção", percebamos que foi nesta Esperança que fomos ASSUMIDOS, foi nesta Narrativa d'esperanças que fomos Inscritos, é para o Mundo Novo cantado profeticamente no Magnificat que fomos ConVocados."

SHALOM
 (Padre Rui Santiago)

Derrotar Montanhas

domingo, 7 de agosto de 2016

"Migrantes e Refugiados: Rosto da Mesericórdia"

"O rosto da criança interrompe a rotina do nosso quotidiano e interpela-nos. Evoca, a infinidade de crianças desaparecidas, e outro tanto de menores desacompanhados.
 
O rosto da família recorda-nos tantas famílias que buscam legítimas condições de vida, proteção, concretização de sonhos, sonegados pelo egocentrismo, pela lentidão burocrática aliada à falta de decisão política, por medos e suspeitas intoleráveis, que agravam o drama de milhares de migrantes e refugiados, que nos espaços a que estão confinados interpelam as sociedades e os Estados.
 
Milhares de pessoas viram as suas vidas transtornadas e, por razões alheias à sua vontade, denunciam a falta de paz, a miséria, as desigualdades sociais e territoriais, a corrupção, os diversos perigos acumulados durante o seu percurso migratório. O fenómeno migratório recorda-nos que o planeta terra é a nossa casa comum, património de toda a humanidade, e que os povos estão interligados. E por esse motivo também ao nível dos Estados precisamos de nos encontrar e construir uma política mais humana, que sirva a promoção da dignidade das pessoas, famílias e povos. Sociedades, países e grupos que se fecham e erguem barreiras estão doentes e necessitam de cuidados. O terrorismo, o tráfico de pessoas, a exploração laboral e sexual são chagas conhecidas que carecem de um combate urgente." (...)


quarta-feira, 27 de julho de 2016

4ª feira da 17ª semana do Tempo Comum

O reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. (cf. Mt 13,44-46)

Jesus é o tesouro mais valioso do Pai,
escondido no Filho de Maria e de José,
num carpinteiro desconhecido de Nazaré!
Os que andavam inquietos e em busca de mais,
ouviram a sua voz, sentiram a sua paz e libertação,
viram o seu coração transbordante de amor!
Ao serem chamados a segui-Lo, deixaram tudo,
venderam sonhos, seguranças e afetos
e tomaram-No como único tesouro das suas vidas!
A paixão e morte de Jesus escondeu ainda mais o brilho,
enterrou de novo o tesouro e toda a terra se tornou campo,
por quem era preciso dar a vida e conquistar!
E os discípulos compreenderam o Tesouro que era preciso comprar!


Trazemos o coração fragmentado por sonhos inconciliáveis:
queremos ser os maiores e que haja paz e igualdade;
desejamos possuir o mundo e que haja justiça;
vivemos umbilicalmente e queixamo-nos da indiferença;
andamos com o coração dividido e criticamos o amor-a-meias;
custa-nos perdoar e suplicamos misericórdia e compreensão...!
Dá a impressão que o único tesouro que buscamos
é a insaciável novidade que ainda não experimentámos!
Se calhar buscamos longe e fora o que está perto e escondido,
no campo familiar que pisamos e na cidade em que vivemos,
bastando para isso saber olhar para o céu
e aprender a escutar a sinfonia do amor que toca incondicionalmente!

Senhor, que enriqueces de esperança e de alegria a história,
aumenta a nossa fé e ajuda-nos a descobri-Te presente
nas pequenas coisas da vida e neste campo que parece sem valor!
Cristo, Tesouro escondido no brilho virtual que compramos,
envia-nos o teu Espírito e abre-nos à verdade da felicidade,
que unifica o ser, se desfaz do acessório e se concentra no essencial!
Dá-nos um coração indiviso quando nos consagramos a Ti,
quando fazemos uma aliança de amor esponsal,
deixamos tudo para Te seguir e partir em missão!
Ajuda-nos a não ter medo de deixar tudo para amar
e a ter a coragem de nos comprometermos para toda a vida
no ideal de santidade, de vida matrimonial e consagrada!

Padre José Augusto Duarte Leitão

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Festa de Santa Maria Madalena

Hoje celebramos a Festa Litúrgica de Santa Maria Madalena (aqui)
"É mencionada entre os discípulos de Cristo, assistiu à sua morte e mereceu ser a primeira a ver o Redentor ressuscitado de entre os mortos na madrugada do dia de Páscoa (Mc 16, 9). O seu culto difundiu-se na Igreja ocidental, sobretudo a partir do século XII."

"(...)
Nos nossos dias, a Igreja é chamada a reflectir aprofundadamente sobre a dignidade da mulher, sobre a nova evangelização e a grandeza do mistério da misericórdia divina. Assim, parece conveniente, que o exemplo de Santa Maria Madalena, seja proposto aos fiéis de modo mais adaptado. De facto, esta mulher, conhecida como aquela que amou tanto Cristo e que foi amada por Ele; e que São Gregório Magno chamou de “testemunha da misericórdia” e São Tomas de Aquino de “apóstola dos apóstolos”; pode ser considerada pelos fiéis de hoje como modelo do ministério da mulher na Igreja.
Por isso, o Sumo Pontífice Francisco estabeleceu que, a partir de agora, a celebração de Santa Maria Madalena seja inscrita no Calendário Romano Geral, com o grau de festa em vez do de memória, como até agora."
(SNL)

PREFÁCIO DE S. MARIA MADALENA
Apóstola dos Apóstolos

V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.

Pai omnipotente e rico de misericórdia,
é verdadeiramente digno e justo,
nosso dever e salvação,
louvar-Vos sempre e em toda a parte
por Cristo Nosso Senhor.

Aparecendo Jesus a Maria Madalena no jardim,
Ela que tanto o amara quando era vivo,
viu-O morrer na cruz,
procurou-O no sepulcro;
e foi a primeira a adorá-l’O depois de ressuscitar dos mortos.

Diante dos Apóstolos foi honrada com a missão do apostolado,
para que o alegre anúncio da vida nova
chegasse até aos confins da terra.

Por isso, com todos os Anjos e Santos,
nós Vos louvamos, dizendo (cantando) com alegria:
Santo, Santo, Santo,
Senhor Deus do universo.
O céu e a terra proclamam a vossa glória.

Hossana nas alturas.
Bendito O que vem em nome do Senhor.
Hossana nas alturas.

IN: Secretariado Nacional da Liturgia

"INTIMIDADE"

“Senhor, ensina-nos a orar,
como João Baptista ensinou também os seus discípulos.” Lc 11, 1

(...)
"É possível fazer cursos de oração e ler obras maravilhosas sobre o mesmo tema. E haverá sempre riqueza na experiência partilhada e reflectida. Mas o melhor da oração é como aprender a nadar: é dentro, mergulhando e vindo à superfície, crescendo na confiança de Deus nos abraçar e amar como somos, algumas vezes caminhando sobre as águas e vencendo o medo, outras, pedindo a Jesus que nos estenda a sua mão. Como tudo o que é importante, só cresce em nós a intimidade com Deus se fazemos como Jesus, e no silêncio e no amor dos outros “estamos com o Pai”!
(...)
Pedir e procurar é um convite que Jesus associa à oração. Quando pedimos e procuramos Deus, abrimo-nos, e o essencial pode revelar-se. Podemos descobrir melhor que “Deus é o Senhor dos impossíveis, mas os possíveis são nossa responsabilidade”! Jesus insistiu para não nos deixarmos dominar pelo medo, assumindo-o como realidade que Ele próprio experimentou. Um medo que não o impediu de amar até ao fim."

IN P Vitor Gonçalves - Jornal Voz da Verdade

quinta-feira, 21 de julho de 2016

“Há muitos Pokémons na Síria, vem salvar-me” | P3

“Há muitos Pokémons na Síria, vem salvar-me” | P3: Campanha criada por exército sírio faz apelo à comunidade internacional: resgatem as crianças sírias como fazem com as personagens do Pokémon Go para falar de um assunto sério. Com desenhos de personagens da Nintendo nas mãos, crianças sírias foram fotografadas com o objectivo de chamar a atenção da comunidade internacional para o sofrimentos dos menores num
a guerra que se prolonga por cinco anos.

IN: lê mais P3

"vem salvar-me"

Pokémon!!! já ouviste falar?

Ouvimos falar....procuramos saber....
 e o site "cristojovem" explica assim:

"O conhecido anime Pokémon estreou-se no mundo das aplicações pela mão da Nintendo e chegou hoje oficialmente a Portugal, onde já existiam milhares de utilizadores que criaram contas nos E.U.A. ou na Austrália para poder fazer download do jogo.

O sucesso é enorme e o jogo virou a nova moda entre jovens (e menos jovens) que através de realidade aumentada e GPS do smartphone, são desafiados a caçar os pequenos monstrinhos por toda a cidade, incluindo... Igrejas. Este facto tem gerado muitos comentários na internet, especialmente no Twitter, já que muitos dos jovens acabam por entrar para apanhar Pokémons que estão entre os bancos das Igrejas.

Por isso, se um jovem aparecer, com ar perdido, andando de cabeça em baixo na tua igreja, não estranhes... É um treinador de Pokémons!
Estaremos diante de uma nova oportunidade de evangelização?! :D"

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Musical "A Bela e o Monstro"

Sábado dia 30 de Julho das 21h às 23h, no Cineteatro Caracas em Oliveira de Azeméis mais um fantástico musical da Escola de Musica Girassol "A Bela e o Monstro"
NÃO PERCAS a oportunidade!!!!



"Belo, belo, Jesus é belo."

Belo, belo, Jesus é belo. O cântico do pós- comunhão da eucaristia das XII Jornadas de Verão para catequistas


segunda-feira, 18 de julho de 2016

A arte de cultivar o amor

"Deus Santo,
Vós sois amor e chamais-nos a alimentar o amor, a fim de vos podermos conhecer melhor (1 Jo 4, 7-8).

No ser humano, o amor não é uma realidade espontânea, pois não nascemos capacitados para começar logo a amar. Na verdade precisamos de ser amados para ficarmos capacitados para amar. É o amor dos outros que nos capacita para Amar e comungar com Deus e os irmãos.

O amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.

Amar é eleger o outro como alvo do nosso bem-querer, aceitá-lo assim como é e agir de modo a facilitar a sua realização.

Senhor Jesus,
Tu deixaste-nos o amor como o teu único mandamento, dando-nos a garantia de que é pelo nosso jeito de amar que nós seremos reconhecidos como teus discípulos: “Dou-vos um mandamento novo: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Todos saberão que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 34-35).

Ajuda-nos, Espírito Santo, a cultivar a arte de alimentar o amor, a qual implica uma série de atitudes livres e conscientes:

*Amar implica estar presente nas horas difíceis, pois o amor edifica na cooperação e tende sempre para a comunhão.

*Amar é ajudar o outro a gostar de si, valorizando as suas realizações e empenhamentos, mesmo quando estes não correspondam aos nossos interesses.

*Amar é ajudar o outro a superar a solidão e ajudá-lo a suportar os fardos com que a vida, por vezes, nos carrega.

*Amar é facilitar o amadurecimento do outro, dando-lhe oportunidades para que se realize com pessoa livre, consciente e responsável.

*Quem ama não substitui, mas ajuda sem se sobrepor. O amor ajuda a pessoa a compreender que é melhor dar do que receber.

*Amar é ajudar o outro a descobrir sentidos para viver de modo empenhado e feliz.

*Amar é ser capaz de ficar calado quando se está magoado, esperando a oportunidade certa para dialogar com serenidade.

*Amar é acreditar no outro e não pretender que a minha opinião é a única que vale.

*Amar é saber calar-se quando sentirmos que a nossa conversa está a cansar o outro.

*Amar implica reconhecer as qualidades do outro e não girar apenas em volta dos seus defeitos.

*Amar é ser capaz de partilhar não só o que tenho, mas também o que sei e, sobretudo o que sou.

*Amar é entender que a disponibilidade para escutar, acolher e aceitar as diferenças do outro vale mais do que dar muitos presentes.

*Ama mais e melhor quem dá o primeiro passo no sentido da reconciliação.

*Amar é estar atento e verificar se o outro está precisando de mim. Não basta pensar: “quando quiser que venha ter comigo”.

*Ama mais quem se antecipa, a fim de ser dom para o outro. Jesus levou o amor até à sua expressão máxima: “Dar a vida pelos amigos”.

*O nosso amor será tanto mais perfeito quanto mais nos aproximarmos desta meta.

*O amor modela o nosso coração para a comunhão e capacita-nos para sabermos edificar a nossa casa sobre a rocha firme.

*O amor é a veste indispensável para podermos participar no banquete do Reino de Deus.

*O amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.

*O amor acontece sempre como dinâmica que gera liberdade e criatividade.

*O amor modela e capacita o coração para o dom e a gratuidade.

*O amor tenta sempre aceitar os defeitos do outro, apesar disto exigir renúncia e sacrifício.

*Sublinha as qualidades do outro e congratula-se com os seus sucessos.

*O amor não está sempre a exigir disponibilidade da parte dos outros, mas procura estar disponível quando estes precisam de si.

*Quando dá uma opinião ou aconselha alguém, a pessoa que ama procura comunicar sempre o melhor da sua experiência e do seu saber.

*A pessoa que ama rejubila com os sucessos do outro como se de sucessos próprios se tratasse.

*A pessoa egoísta, pelo contrário, tende sempre a encarar o sucesso do outro como um mal para si.

*O jeito de se dar da pessoa que ama é discreto, ao ponto de o outro nem se aperceber do sacrifício que, está a ser feito em seu favor.

*A pessoa que ama não se afasta do outro por causa dos seus fracassos.

*O amor capacita a pessoa que ama para uma doação cada vez mais plena e gratuita.

*Pelo modo gratuito e atento de se dar, a pessoa que ama é sempre a primeira a ser recordada nos momentos de sofrimento e dificuldades.

*A pessoa que ama evita magoar, mas não deixa de dizer a verdade pelo simples facto de que o outro pode não gostar.

*São Paulo menciona algumas das principais qualidades do amor eis o que ele diz:

“O amor é paciente e prestável. O amor não é invejoso, nem é arrogante ou orgulhoso.

O amor não procura o seu próprio interesse e nada faz de inconveniente.
O amor não guarda ressentimento, sem se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade.
O amor tudo desculpa. Acredita sempre. Tudo suporta e tudo espera.
O Amor jamais passará” (1 Cor 4-8).

Glória a Vós, Trindade Santa, pois sonhaste-nos para a festa do amor que é a calda da Vida Eterna.

Aleluia!"

"NO PRIMEIRO DIA DA SEMANA
Em Comunhão Convosco,
Calmeiro Matias"
IN Derrotar Montanhas

domingo, 17 de julho de 2016

Jubileu dos Catequistas

"Em sintonia de fé, de missão e de tempo, os catequistas da Diocese do Porto terão a possibilidade de viver, em simultâneo, o seu Jubileu com os catequistas de todo o mundo reunidos em Roma.
Assim, no domingo, 25 de setembro de 2016, (...)em comunhão diocesana e com a Igreja universal celebrar-se-á o Jubileu dos Catequistas, na Diocese do Porto. Seremos mais de 14 mil catequistas, reunidos, em simultâneo, nas respetivas paróquias ou vigararias num encontro em rede, a partir de um mesmo itinerário, que permitirá a todos celebrarmos o Jubileu, ouvirmos a mensagem do Papa Francisco e do nosso Bispo Dom António Francisco dos Santos." SDECPorto

A nossa Vigararia Oliveira de Azeméis/S João da Madeira tem já marcado o seu Jubileu de Catequistas para está data (folha Paroquial)

O SDECPorto partilha material de apoio

sábado, 16 de julho de 2016

XVI Domingo TC - Portal dos Dehonianos

As leituras deste domingo 17-07-2016, convidam-nos a reflectir o tema da hospitalidade e do acolhimento.

Sugerem, sobretudo, que a existência cristã é o acolhimento de Deus e das suas propostas; e que a acção (ainda que em favor dos irmãos) tem de partir de um verdadeiro encontro com Jesus e da escuta da Palavra de Jesus.
 É isso que permite encontrar o sentido da nossa acção e da nossa missão.


A primeira leitura propõe-nos a figura patriarcal de Abraão. Nessa figura apresenta-se o modelo do homem que está atento a quem passa, que partilha tudo o que tem com o irmão que se atravessa no seu caminho e que encontra no hóspede que entra na sua tenda a figura do próprio Deus. Sugere-se, em consequência, que Deus não pode deixar de recompensar quem assim procede.


No Evangelho, apresenta-se um outro quadro de hospitalidade e de acolhimento de Deus. Mas sugere-se que, para o cristão, acolher Deus na sua casa não é tanto embarcar num activismo desenfreado, mas sentar-se aos pés de Jesus, escutar as propostas que, n’Ele, o Pai nos faz e acolher a sua Palavra.

A segunda leitura apresenta-nos a figura de um apóstolo (Paulo), para quem Cristo, as suas palavras e as suas propostas são a referência fundamental, o universo à volta do qual se constrói toda a vida. Para Paulo, o que é necessário é “acolher Cristo” e construir toda a vida à volta dos seus valores. É isso que é preponderante na experiência cristã.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

"Tornar-se criança"

“Aumenta a porta, Pai,
porque não posso passar.
Fizeste-a para as crianças,
e eu cresci, para meu pesar.
Se não me aumentas a porta,
torna-me pequeno, por piedade.
Volta-me a aquela idade
em que viver era sonhar”. (1)

Salvar-se, segundo Jesus, é tornar-se progressivamente criança. Para a sabedoria do mundo, isto é algo completamente estranho porque estabelece uma inversão de valores e juízos. Na vida humana, segundo as ciências psicológicas, o segredo da maturidade (salvação) está em afastar-se progressivamente da unidade materna e de qualquer tipo de simbiose, até chegar a uma completa independência e se manter de pé sem nenhum apoio.

Em troca, no programa de Jesus, dentro de uma verdadeira inversão copernicana, a salvação consiste em se tornar cada vez mais dependente, a não se manter de pé, mas sim apoiado no Outro, a não agir por sua própria iniciativa, mas sim por iniciativa do Outro e avançar progressivamente até a uma identificação quase simbiótica, até – se conseguir – deixar de ser eu mesmo e ser um com Deus porque o amor é unificante e identificante; numa palavra, viver de sua vida e de seu espírito. Esta dependência, é claro, é a suprema liberdade, como logo se ver

“Permanecer criança é reconhecer seu próprio nada, esperar
tudo de Deus como uma criança espera tudo de seu pai; não se inquietar
por coisa alguma, não pretender fortuna…
Ser pequeno significa não atribuir a si mesmo as virtudes
que pratica, crendo-se capaz de algo, mas reconhecer
que Deus põe esse tesouro da virtude na mão da criança; mas
é sempre tesouro de Deus”. (2)

Nós estamos no centro mesmo da Revelação trazida por Jesus, a revelação do Deus Pai (Abbá). Somente se dará o Reino aos que confiam, aos que esperam, aos que se abandonam nas mãos fortes do Pai. Tudo-é-Graça. Pura Gratuidade. Tudo se recebe. Para receber, há que se abandonar. Só se abandonam os que se sentem “pouca coisa”. É necessário tornar-se pequenino, criança, “menor”.

Por si só a criança não é forte, nem virtuosa, nem segura. Mas é como o girassol que se abre ao sol todas as manhãs; de lá espera tudo, de lá recebe tudo: calor, luz, força, vida…

Tornar-se criança, viver a experiência do Abbá (querido Papai) não só na oração, mas, sobretudo, nas eventualidades da vida, vivendo confiadamente abandonados ao que disponha o Pai, e tudo isso parece coisa simples e fácil. Mas na realidade trata-se da transformação mais fantástica, de uma verdadeira revolução no velho castelo arruinado da autossuficiência, do egocentrismo e das loucuras de grandezas.

Mas, uma vez que nós nos abandonamos e nos colocamos na órbita de Deus, então se anulam todas as fronteiras e participamos da potência infinita do Pai amado, de sua eternidade e imensidade.

aqui
Extraído do livro “Mostra-me teu Rosto” de Frei Ignacio Larrañaga.
(1) Miguel de Unamuno
(2) Santa Teresita de Lisieux Obras Completas 1405