quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

"Ainda agora foi Natal e já começámos a caminhar para a Páscoa"

Calma, porque antes temos ainda de atravessar a Quaresma e esta palavra ou assusta ou parece estranha… Que é isso? Quaresma?

Vem do latim “quadragésima”, isto é, 40, e refere-se aos 40 dias entre a quarta-feira de Cinzas e o início da Semana Santa, o chamado Domingo de Ramos. Mas que significa? Isso é o mais importante. Para usar expressões atuais, eu diria que são 40 dias de treinos de preparação para chegar às “olimpíadas”.
(...)
Mas, em concreto, como se fazem estes treinos?

Apesar de variar de pessoa para pessoa, nova ou velha, saudável ou doente, solteira ou casada, rica ou pobre, podemos resumir em três linhas que precisam de ser explicadas e sobretudo experimentadas: ORAÇÃO, ESMOLA e JEJUM.

Parece estranho e antiquado. Porquê estas três práticas (comuns a várias religiões e que o próprio Jesus autoriza e abençoa – cf. Mt 6, 1-18)? Basicamente, porque cada um de nós, pessoa humana, é um feixe, um centro de relação: a Deus, e temos a oração; ao próximo, e temos a esmola; finalmente, a relação a si próprio, e temos o jejum.

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"Estamos no mundo para caminhar da cinza à vida"

“A Quaresma não é o tempo para fazer cair sobre o povo inúteis moralismos, mas para reconhecer que as nossas míseras cinzas são amadas por Deus”. Palavras do Papa na homilia da Quarta-feira de Cinzas

O Papa Francisco presidiu a missa de imposição das Cinzas nesta quarta-feira (26/02) na Basílica de Santa Sabina, no bairro Aventino, em Roma.

Antes da missa, o Pontífice guiou a procissão penitencial que iniciou na Igreja de Santo Anselmo, no Aventino, até a Basílica de Santa Sabina.
“Lembra-te que és pó da terra e à terra hás de voltar”. Com este versículo do Gênesis, Francisco iniciou a sua homilia, sublinhando que “o pó sobre a cabeça faz-nos ter os pés assentes na terra: recorda-nos que viemos da terra e, à terra, voltaremos; isto é, somos débeis, frágeis, mortais”. Mas, recorda o Pontífice, “somos o pó amado por Deus. Amorosamente o Senhor recolheu nas suas mãos o nosso pó e, nele, insuflou o seu sopro de vida”.

Do pó à vida
“Deste modo”, continua o Papa, “a cinza recorda-nos o percurso da nossa existência: do pó à vida. Somos pó, terra, barro; mas, se nos deixarmos plasmar pelas mãos de Deus, tornamo-nos uma maravilha”, porque “nascemos para ser amados, nascemos para ser filhos de Deus”.

Por isso, pondera o Pontífice:

“A Quaresma não é o tempo para fazer cair sobre o povo inúteis moralismos, mas para reconhecer que as nossas míseras cinzas são amadas por Deus. É tempo de graça, para acolher o olhar amoroso de Deus sobre nós e, assim contemplados, mudar de vida. Estamos no mundo para caminhar da cinza à vida”

Depois de recordar que a cinza que recebemos na testa abala os pensamentos que temos na cabeça e lembra-nos que somos filhos de Deus, Francisco recorda que:

“A cinza pousa nas nossas testas, para que, nos corações, se acenda o fogo do amor. Com efeito, somos cidadãos do céu. E o amor a Deus e ao próximo é o passaporte para o céu; é o nosso passaporte

Da vida ao pó
Porém, adverte, devemos estar atentos para não cairmos no segundo percurso: o percurso contrário, da vida ao pó!

Olhamos em redor e vemos pó de morte, vidas reduzidas a cinzas: escombros, destruição, guerra […] Continuamos a destruir-nos, a fazer-nos voltar ao pó. E quanto pó existe nas nossas relações! Vejamos em nossa casa, nas famílias […] Há tanto pó que suja o amor e embrutece a vida. Mesmo na Igreja, a casa de Deus, deixamos depositar tanto pó, o pó do mundanismo”.

Fazer o bem sem fingimento
Neste aspecto, o Papa recorda de olhar também para dentro do coração:

“Quantas vezes sufocamos o fogo de Deus com a cinza da hipocrisia! A hipocrisia: é a imundície que hoje, no Evangelho, Jesus pede para remover. De fato, o Senhor não diz apenas para fazer obras de caridade, rezar e jejuar, mas que tudo isso seja feito sem fingimento, sem falsidade nem hipocrisia”

Limpar o pó do coração
E como fazer para limpar o pó que se deposita no coração?

“Ajuda-nos o veemente apelo de São Paulo na segunda Leitura: ‘Deixai-vos reconciliar com Deus!’ São Paulo usa o passivo: deixai-vos reconciliar. Porque a santidade não é obra nossa; é graça. Sozinhos, não somos capazes de tirar o pó que suja o coração […] E a Quaresma é tempo de cura”

Caminhos rumo à Páscoa
O Santo Padre sugere caminhos rumo à Páscoa, “podemos efetuar duas passagens: a primeira, do pó à vida, da nossa humanidade frágil à humanidade de Jesus, que nos cura”, ou a segunda passagem, para não voltar a cair da vida ao pó: “vai-se receber o perdão de Deus, na Confissão, porque lá o fogo do amor de Deus consome a cinza do nosso pecado” .

Concluindo, Francisco pede: “Para amar, deixemo-nos amar; deixemo-nos erguer, para caminhar rumo à meta – à Páscoa”.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

QUARTA-FEIRA DE CINZAS 26-02-2020

Com a bênção e a imposição das CINZAS, iniciamos quarta-feira  o tempo Sagrado da Quaresma em preparação à Páscoa ...

Este tempo é privilegiado para intensificar uma abertura de coração à misericórdia de Deus, intensificando assim o caminho de conversão: arrependimento, contrição, penitência, confissão, propósito de emenda e reconciliação.

Tempo favorável para o silêncio, que conduz cada cristão à escuta da Palavra de Deus!

Na nossa Paróquia:  Às 19.00 horas – Eucaristia com o da imposição das Cinzas:
-  Na Igreja,
-  Na Capela, na Capela de Nossa Senhora da Conceição 
-  Na Capela das Irmãs, na Gandarinha.

É dia de jejum e abstinência.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

VÓS SOIS O SAL DA TERRA, A LUZ DO MUNDO!

1. Fortíssimos os sabores da Mesa da Palavra de Deus neste Domingo V do Tempo Comum. Comecemos por onde se deve sempre começar. Pelo Evangelho, hoje Mateus 5,13-16, que, dada a sua importância, sabor e sabedoria, aqui deixamos transcrito:
«Vós sois o sal da terra. Mas se o sal se tornar insípido, com que o salgaremos? Não serve para nada, senão para se deitar fora e ser calcado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. Não se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro para alumiar todos os que estão na casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus».

2. Acabámos de ouvir acordes como estes: «Vós sois o SAL da terra» (Mateus 5,13); «Vós sois a LUZ do mundo» (Mateus 5,14). O SAL dá sabor. A LUZ alumia. O mundo inteiro por horizonte. É, portanto, necessário abrir os horizontes. O mundo é a nossa casa. Compreenda-se já que o SAL e a LUZ são belíssimas metáforas das OBRAS que fazemos: «Assim brilhe a vossa LUZ diante dos homens, para que vejam as vossas BOAS OBRAS» (Mateus 5,16). Mas entenda-se também de imediato que «as nossas OBRAS BOAS» não são do domínio das nossas mãos (a LUZ escapa-nos das mãos), mas do domínio da Graça de Deus que, como em Maria, também em nós «faz grandes coisas» (Lucas 1,49). São mesmo as OBRAS que se devem ler no cone de luz da LUZ e do SAL. De resto, é sabido que, quimicamente falando, o SAL não pode perder o seu sabor. Mas um homem sem OBRAS BOAS é insípido e inútil.

3. É também urgente entender bem que aquele plural «Vós sois» se reveste seguramente de significado comunitário, como é usual em Mateus, que nunca perde de vista a comunidade eclesial. Assim, sois vós em comunidade que sois a Luz do mundo, que sois o Sal da terra, e não cada um por si. Assim também a lâmpada é para alumiar todos os que estão na casa, toda a comunidade da família de Deus. E o sal, o sal da aliança (Levítico 2,13), lá está também para dar o autêntico sabor da aliança a toda a oferta feita pela comunidade a Deus (Êxodo 30,25; Levítico 2,13), e a todo o recém-nascido a nós dado por Deus (Ezequiel 4,16).

4. Sim. O mundo é a nossa casa. E, neste vasto mundo que habitamos, são muitos os irmãos que passam fome, que não têm casa, que andam nus. Para nossa vergonha, cerca de um bilião e meio de irmãos nossos vivem abaixo do limiar da pobreza! Isaías 58,7-10 não nos deixa ficar insensíveis perante este triste panorama, mas mostra-nos, em contraponto, que muitas vezes nos blindamos dentro das portas e das janelas do nosso egoísmo e comodismo. É assim que nos tornamos insípidos e deixamos apagar a nossa luz.

5. O Livro do Deuteronómio atira-se contra a nossa tranquila indiferença: «Se houver no meio de ti qualquer irmão necessitado, não endureças o teu coração e não feches a tua mão» (Deuteronómio 15,7). Precisamos, hoje mais do que nunca, de viver ao estilo de Jesus, Bom Pastor, e ao estilo do Bom Samaritano, com «um coração que vê», para usar a expressão feliz de Bento XVI (Deus caritas est, 25 de dezembro de 2005, n.º 31).

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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Folha Paroquial -V Domingo TC 09-02-2020

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"Festa das Cinco chagas do Senhor"

Hoje primeira sexta feira do mês, consagração ao Sagrado Coração de Jesus, não só neste dia, mas todos os dias. 

Em 1675, Cristo apareceu à religiosa francesa Santa Margarida Maria de Alacoque para lhe dar uma mensagem de misericórdia e conversão.
Jesus lhe disse: “Eu te prometo, na excessiva misericórdia do meu Coração, que seu amor omnipotente concederá a todos aqueles que comunguem nas primeiras sexta-feiras do mês por nove meses seguidos, a graça da penitência final: não morrerão na minha desgraça, nem sem receber os Sacramentos, e meu Divino Coração será seu refúgio naquele último momento

 Hoje dia 7 de fevereiro  Festa das Cinco Chagas do Senhor


Nota Histórica
O culto das Cinco Chagas do Senhor, isto é, as feridas que Cristo recebeu na cruz e manifestou aos Apóstolos depois da ressurreição, foi sempre uma devoção muito viva entre os portugueses, desde os começos da nacionalidade. São disso testemunho a literatura religiosa e a onomástica referente a pessoas e instituições. Os Lusíadas sintetizam (I, 7) o simbolismo que tradicionalmente relaciona as armas da bandeira nacional com as Chagas de Cristo. 
Assim, os Romanos Pontífices, a partir de Bento XIV, concederam para Portugal uma festa particular, que ultimamente veio a ser fixada neste dia.

ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita misericórdia,
que por meio do vosso Filho Unigénito, pregado na cruz, quisestes salvar todos os homens, concedei-nos que, venerando na terra as suas santas Chagas, mereçamos gozar no Céu o fruto redentor do seu Sangue.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

EVANGELHO Jo 19, 28-37
«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo,
sabendo que tudo estava consumado
e para que se cumprisse a Escritura,
Jesus disse:
«Tenho sede».
Estava ali um vaso cheio de vinagre.
Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre
e levaram-Lha à boca.
Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou:
«Tudo está consumado».
E, inclinando a cabeça, expirou.
Por ser a Preparação da Páscoa,
e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado
– era um grande dia aquele sábado –
os judeus pediram a Pilatos
que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro,
depois ao outro que tinha sido crucificado com ele.
Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto,
não Lhe quebraram as pernas,
mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança,
e logo saiu sangue e água.
Aquele que viu é que dá testemunho
e o seu testemunho é verdadeiro.
Ele sabe que diz a verdade,
para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz:
«Nenhum osso lhe será quebrado».
Diz ainda outra passagem da Escritura:
«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram».
Palavra da salvação.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Caminhada Diocesana da Quaresma à Páscoa 2020 "Todos aqui renascemos"


A Diocese do Porto propõe "Todos aqui renascemos Caminhada diocesana da Quaresma à Páscoa 2020"

"A proposta procura ser fiel à dimensão claramente Batismal da Quaresma, de modo especial, no Ciclo A, do Ano Litúrgico em curso. Para cada semana são apresentados: uma palavra-chave, para uma dimensão batismal a privilegiar, um elemento significativo a colocar ao pé da videira, uma proposta celebrativa para catecúmenos e batizados e alguns exercícios espirituais concretos, na perspetiva de uma verdadeira poda (d)e limpeza da vida batismal.

Em toda a proposta há uma clara insistência na reutilização dos elementos batismais da Quaresma, acentuando a centralidade e a culminância das celebrações do tríduo pascal, para o qual deve ser mobilizada toda a comunidade, nos seus fiéis, grupos pastorais e de catequese. Este subsídio não se destina exclusivamente aos párocos, reitores e capelães, mas pretende ser um contributo formativo e interpelativo para todos os grupos e agentes pastorais."

Material clica Diocese do Porto

Guião

Primeira quinta feira...

Hoje a 1ª quinta feira do mês rezamos pelas vocações e na liturgia celebra-se  "Memória dos Santos Paulo Miki e companheiros, mártires em Nagasáki, no Japão. Agravando-se a perseguição contra os cristãos, foram presos, atormentados e condenados à pena capital oito presbíteros ou religiosos da Companhia de Jesus e da Ordem dos Frades Menores, procedentes da Europa ou naturais do Japão, e dezassete leigos. Todos eles, também os adolescentes, foram crucificados por serem cristãos, manifestando a sua alegria por terem a graça de morrer de modo semelhante ao de Cristo.

Toda esta semana celebramos memória de Santos Mártires:
- ontem Santa Águeda Santa e Martir;
- na terça feira S. João de Brito, presbítero e mártir;
- na segunda feira :S. Brás, bispo e mártir;
O nosso tempo tem necessidade de Santos e, de modo especial, do exemplo daqueles que deram o testemunho supremo do seu amor por Cristo e pela sua Igreja: «Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos » (Jo 15, 13)

“A Igreja não cessa de contemplar o amor de Deus, manifestado de maneira sublime e particular no Calvário, durante a paixão de Cristo, sacrifício que se tornou sacramentalmente presente em cada Eucaristia. ‘Do coração amantíssimo de Jesus procedem todos os sacramentos, sobretudo o maior de todos, o sacramento do amor, pelo qual Jesus quis ser o companheiro da nossa vida, o alimento das nossas almas, sacrifício dum valor infinito’ (Santo Afonso M. de Ligório, Meditação sobre o amantíssimo coração de Jesus, por ocasião da novena em preparação para a festa do Sagrado Coração). Cristo é uma fornalha ardente de amor que chama e aplaca: ‘Vinde a Mim, […] porque sou manso e humilde de coração’ (Mt 11, 28-29)” afirma São João Paulo II.

O mundo precisa de pessoas conscientes de sua vocação, que a vivam e amem integralmente. Somente através do amor incondicional a Jesus Cristo é possível compreender a autenticidade da vocação!
Mãe Peregrina

"Como se lê a bíblia"

Hoje pergunta é como se lê a bíblia
“quando falamos em bíblia na tens a Palavra de Deus nas mãos, a bíblia é uma mediação...
A Palavra de Deus é uma pessoa Jesus de Nazaré
Aprender a ler a bíblia segue as mesmas regras de aprender uma língua estrangeira, não como na escola, mas lá onde se fala...
Aprender a ler a bíblia é ir lá…
Entra e pouco a pouco vais apanhando algumas ideias...
Aos poucos vais convivendo vais entendendo...
(Padre Rui Santiago)- Centro de Espiritualidade Redentorista

Vaticano: Papa diz que caminho para a felicidade passa por aceitar os próprios limites e reconhecer-se como «pobres»

Vaticano: Papa diz que caminho para a felicidade passa por aceitar os próprios limites e reconhecer-se como «pobres»: Cidade do Vaticano, 05 fev 2020 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que o caminho para a felicidade passa por reconhecer-se pobres e “aceitar os próprios limites”, numa reflexão sobre a primeira das bem-aventuranças proclamadas por Jesus Cristo. 

“Pobre em espírito significa pobre no mais íntimo e mais profundo de si, onde todos nos temos de reconhecer incompletos e vulneráveis”, referiu, na audiência pública semanal que decorreu no auditório Paulo VI. 

 A intervenção, perante milhares de peregrinos de vários países, destacou o “poder da fraternidade, da caridade, do amor, o poder da humildade”. 

Francisco convidou os presentes a “procurar sempre a liberdade do coração, a que tem raízes na nossa própria pobreza”. 
“Todos somos pobres em espírito, somos mendigos. É a condição humana. O Reino de Deus pertence aos pobres em espírito. Há aqueles que têm os reinos deste mundo: têm bens e comodidades. Mas esses são reinos que terminam. O poder dos homens, mesmo os maiores impérios, passa e desaparece”, advertiu. 

 O Papa sublinhou que também as fortunas desaparecem: “Ninguém leva nada consigo, as riquezas ficam cá”. A reflexão abordou o significado da palavra pobre, usada na primeira das sete bem-aventuranças – “Felizes os pobres no espírito, porque deles é o reino dos céus”. O que se entende aqui por “pobre”? Se Mateus usasse apenas essa palavra, o significado seria simplesmente económico, isto é, indicaria pessoas que têm poucos ou nenhum meios de sustento e precisam da ajuda de outras pessoas. 
 Segundo o Papa, está em causa a dimensão mais íntima do ser humano, pelo que os “pobres de espírito” são os que “se sentem pobres, mendigos, nas profundezas do seu ser”. “Cada um, perante si mesmo, sabe bem que, por mais que tente, é sempre radicalmente incompleto e vulnerável. Mas como vive mal quem recusa os seus próprios limites”, observou. 

 Francisco falou ainda da necessidade de “pedir perdão” e aceitar-se como “pobres em espírito”. “Existe uma pobreza que devemos aceitar, a do nosso ser, e uma pobreza que temos de procurar, a concreta, das coisas deste mundo, para ser livres e poder amar”, apontou.
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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Confessionário dum Padre: A fuga do silêncio

Confessionário dum Padre: A fuga do silêncio: Temos medo do silêncio. Na nossa sociedade ruidosa temos medo de fazer silêncio. Por isso, mesmo quando não se fala ou não se tem com quem falar, como é o caso de andar de metro, comboio, autocarro, ou simplesmente a pé, ali vai toda a gente com auscultadores nos ouvidos a passar música.
Temos medo do silêncio exterior e interior, que nos faça dar conta de nós próprios e daquilo que somos na verdade: um pequenino corpo da criação de Deus. Temos medo do silêncio e por isso não conseguimos escutar o outro. Se não conseguimos escutar o outro, como conseguiremos escutar Deus?
Temos medo do silêncio e não fazemos silêncio para ouvir Deus. Por isso a oração que fazemos é mais a falar que a escutar. Falamos mais que ouvimos. Por isso não damos conta de que Ele fala. Por isso nos queixamos que Ele não nos fala. Por isso fugimos do silêncio e achamos que Deus está em silêncio