sábado, 7 de março de 2020

Revestir - 2ª Semana da Quaresma

2.ª SEMANA DA QUARESMA: REVESTIR

O Evangelho do 2.º domingo coloca-nos diante da cena da Transfiguração de Jesus, onde se nos oferece o protótipo do nosso destino pascal de transformação e de vida. Perspetiva-se aqui o Batismo, como sacramento da fé e da filiação divina. A simbologia das vestes brancas, lida em perspetiva batismal, recorda-nos que, pelo Batismo, somos revestidos de Cristo (Gl 3,27). Desde o início da Quaresma, somos desafiados, não tanto a rasgar as nossas vestes (Jl 2,13), mas os corações. De facto, acontece, muitas vezes, que apenas mudamos de vestes, mudamos a roupagem exterior, mas continuamos a ser e a viver como dantes (cf. Papa Francisco, Discurso à Cúria Romana, 21.12.2019).

 A Palavra-chave: Revestir.

 Colocar ao pé da videira: veste batismal.

 Sugestões batismais: O Evangelho da Transfiguração, ao revelar-nos Jesus, revestido de vestes brancas, cheio de luz, oferece-nos a possibilidade de recordar e reviver o rito batismal da imposição da veste branca. Para os já batizados, e para os que hão de sê-lo, este é o domingo, para saborearmos a beleza e a dignidade de filhos de Deus! Peçamos ao Senhor que nos lave do pecado e nos deixe revestir com a veste branca do nosso Batismo! Poderia ser sugerido, sobretudo às crianças, que ainda tiverem a sua veste branca, que a tragam para a celebração. O ato penitencial deste domingo pode fazer eco deste símbolo da dignidade cristã, desafiando a purificar a mente, o coração e a vida, para a “manter imaculada até à vida eterna”.

 Sugestões práticas: Nesta 2.ª semana da Quaresma, saibamos oferecer companhia a Deus, na oração prolongada, e companhia aos outros, numa visita mais demorada. A cena da “tenda” onde se dá a transfiguração pode fazer-nos ir ao encontro dos sem-abrigo ou das pessoas que vivem sós. Poderá sugerir-se ainda a partilha de roupa em bom estado, a partilhar com os mais pobres ou para reciclar, sendo o retorno aplicado aos mais pobres. Esta partilha tem lugar no rito da apresentação dos dons (ofertório).

"Via-sacra meditada e percorrida por reclusos"

"A reclusão é uma “via crucis”, via de cruz. Pode conduzir ao desespero, ou pode, na fé, abrir ao horizonte da Páscoa.

As breves reflexões que acompanham esta via-sacra foram amadurecidas em grupos de meditação do Evangelho, compostos por pessoas detidas na prisão de Bolonha, para partilhar a Palavra, as alegrias e as dores, as angústias e as esperanças, avançando juntos pela estrada da liberdade.

As referências diretas à condição de reclusão, em algumas passagens, são inevitáveis porquanto teria sido insípido propor reflexões desligadas da condição de vida pessoal.

São catorze estações percorridas por Jesus inocente. Nenhum de nós pode dizer o mesmo. Ele percorre-as não como um herói que nos humilha na nossa culpa, mas como irmão que toma sobre si o nosso jugo de cruz, para que não sucumbamos.

Quarta estação: Jesus encontra a sua Mãe

Pode, porventura, uma mulher abandonar o fruto das suas entranhas? Pode uma mãe deixar que o seu filho percorra caminhos de cruz sozinho? Penou uma vida para que esses caminhos lhe fossem poupados. Ensinou-lhe os trilhos da justiça e os caminhos da salvação. Mas mesmo quando descobre que não o salvou das vias dolorosas, ela está lá para lhe dar novamente a vida, para lhe dar uma vida nova.

Ser-se arrancado da própria mãe é ainda pouco comparado à dor da mãe que se vê arrancar o filho. Sabemo-lo bem, e com dor, nós que, por nossas culpas, vivemos longe da nossa família, e deixámos filhos distantes do pai e da mãe. Sabemos bem, e com esperança, que a dedicação e o amor de uma mãe não se esgota diante de qualquer provação ou dor originada por um filho. Quando a dor é de uma mãe, é sempre dor de um parto, que gera vida.

Num diálogo imaginário, assim Jesus se dirige a Maria:
«Nos teus olhos, mãe queridíssima, leio todo o desespero que vives neste momento pela condenação e sacrifício ao qual fui entregue.
Educaste-me com amor, e agora os teus olhos estão impregnados de tristeza pelo destino que me espera. A tua dor é fecunda, e abre as portas da vida a quem, pelas estradas da vida, se perdeu e me procura»,

Senhor, Filho do Pai, não permitas que ninguém seja perdido dos irmãos que foram confiados.
Cristo, nascido da Virgem Maria, a nossa vida de filhos seja honra para os nossos pais e as nossas mães.
Senhor, Filho de Deus e Filho do Homem, dá-nos a fé para renascer para a vida de filhos.
IN Pastoral da Cultura

Folha Paroquial II Domingo Quaresma 08-03-2020

Podes ler a Folha Paroquial ORIGINAL  AQUI
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quinta-feira, 5 de março de 2020

24 HORAS COM JESUS - é já amanhã -sexta e sábado -6 e 7 de março


INICIO:
19 h às 20 h – EUCARISTIA. Orienta o canto: Grupo Coral Cantate Domino.
20 h às 21 h – Irmandade do Santíssimo e suas famílias – Filipe Pina.
21 h às 22 h – Crismandos e suas famílias – Pedro Resende, vocalista e músico.
22 h às 23 h – Pastoral Familiar da paróquia (casais de Nossa Senhora, Santa Maria e Cursilhistas) e suas famílias – Claudine Pinheiro.
23 h às 24 h – Ministros Extraordinários da Comunhão, Comissão Fabriqueira e suas famílias – Grupo de jovens Contracorrente de S. Martinho de Anta.
00 h às 01 h – Comunidade Paroquial de Cucujães, Ana Cristina de Santiago de Riba-Ul.
01 h às 02 h – J.U.A.C. e suas famílias – J.U.A.C.
02 h às 03 h – GAUDETE e suas famílias – Gaudete
03 h às 04 h – J.M.V. e suas famílias – J.M.V.
04 h às 05 h – C.N.E. e suas famílias – Paula C.N.E.
05 h às 06 h – Convívios Fraternos e suas famílias – Abílio Bastos e Mariana
06 h às 07 h – Oficinas de Oração e Vida e suas famílias – Sandra Pereira
07 h às 08 h – Apostolado da Oração – Maria do Carmo.
08 h às 09 h – Irmandade de Nª Sª do Rosário e suas famílias – Freitas
09 h às 10 h – Equipas Litúrgicas dos Centros (Acólitos, Leitores, Comissões de Culto, Sacristães e Zeladoras) – P. Francisco Costa, Missionário Dehoniano de Fânzeres
10 h às 11 h – 5º e 6º anos da Catequese, catequistas e suas famílias – Marlon Rocha, representante da Região Sul do Secretariado Diocesano da Juventude do Porto.
11 h às 12 h – Irmãs de S. Vicente de Paulo, conferências Vicentinas e suas famílias – Irmã Berta e Salvador
12 h às 13 h – Missionários, Leigos Boa Nova, Auxiliares das Missões, Lar Santa
Teresinha e suas famílias – Missionários da Boa Nova.
13 h às 14 h – Catequese Familiar do 1º, 2º e 3º anos, catequistas e suas famílias –
Alexandra e Pedro.
14 h às 15 h – 3º e 4º anos da catequese, catequistas e suas famílias – Adília Maia,
catequista de Oliveira de Azeméis.
15 h às 16 h – Comunidade Paroquial de Cucujães, Cecília Santos de S. Vicente Pereira.
16 h às 17 h –Todos os grupos da caminhada SAY YES (é preciso que cada adolescente traga uma caneta), suas famílias e animadores, Dra. Isabel do Secretariado da Catequese da Diocese do Porto.
17 h às 18h – Secretariado da Juventude de Cucujães, duas famílias e animadores – Hugo.
18 h às 19 h – MISSA JOVEM. Orienta o canto: Coro Infanto-Juvenil de Nossa Senhora
da Conceição e Grupo Gaudete.

sábado, 29 de fevereiro de 2020

1ª Semana da Quaresma: Renunciar ....

1.ª SEMANA DA QUARESMA: RENUNCIAR

O Evangelho do 1.º domingo oferece-nos a cena das Tentações de Jesus e a Sua vitória contra o mal. É possível vencer o pecado. É contínua, para todos nós, a necessidade de renúncia ao pecado e aos falsos deuses. Impõe-se-nos uma decisão ou opção por Cristo. Apresenta-se aqui a imagem do batizado como alguém que está sempre sujeito às provações e tentações. Mas, unido a Cristo, como os ramos na videira, o cristão sairá vencedor.

 Palavra-chave: Renunciar.

 Colocar um dos destes elementos ao pé da videira: cinzas | terra | areia | caixa (de esmolas) para a renúncia quaresmal.

 Sugestões batismais: Tem lugar, para os catecúmenos, o Rito da eleição e inscrição do nome. O Evangelho sugere-nos a valorização da “renúncia”, em perspetiva batismal. Para os batizados, importa “atualizar”, em linguagem nova, as fórmulas da renúncia ao homem velho. Esta semana recordamos isto: vivo o meu Batismo nas escolhas concretas da minha vida. Cada vez que renuncio a uma vida pagã e realizo uma opção, segundo Jesus Cristo, quer nas grandes escolhas da vida, quer nas pequenas decisões do dia a dia, faço-o na força ativa do meu Batismo.

Façamos dos exercícios quaresmais uma espécie de operação radical de poda (d)e limpeza, de despoluição interior, de modo a reviver a frescura da água, a recobrar a transparência da luz, a provocar a regeneração da nossa vida e graça batismais. As sugestões práticas de cada semana ajudam-nos a reciclar» as propostas tradicionais da Igreja para este tempo (Oração, jejum, esmola) tendo em conta a realidade social e cultural dos nossos dias, mas sem esvaziar o sentido da penitência.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Folha Paroquial I Domingo Quaresma 01-03-2020




«Em nome de Cristo, suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20)

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2020

«Em nome de Cristo, suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20)

Queridos irmãos e irmãs!

O Senhor concede-nos, também neste ano, um tempo propício para nos prepararmos para celebrar, de coração renovado, o grande Mistério da morte e ressurreição de Jesus, perne da vida cristã pessoal e comunitária. Com a mente e o coração, devemos voltar continuamente a este Mistério. Com efeito, o mesmo não cessa de crescer em nós na medida em que nos deixarmos envolver pelo seu dinamismo espiritual e aderirmos a ele com uma resposta livre e generosa.

1. O Mistério pascal, fundamento da conversão

A alegria do cristão brota da escuta e receção da Boa Nova da morte e ressurreição de Jesus: o kerygma. Este compendia o Mistério dum amor «tão real, tão verdadeiro, tão concreto, que nos proporciona uma relação cheia de diálogo sincero e fecundo» (Francisco, Exort. ap. Christus vivit, 117). Quem crê neste anúncio rejeita a mentira de que a nossa vida teria origem em nós mesmos, quando na realidade nasce do amor de Deus Pai, da sua vontade de dar vida em abundância (cf. Jo 10, 10). Se, pelo contrário, se presta ouvidos à voz persuasora do «pai da mentira» (Jo 8, 44), corre-se o risco de precipitar no abismo do absurdo, experimentando o inferno já aqui na terra, como infelizmente dão testemunho muitos acontecimentos dramáticos da experiência humana pessoal e coletiva.

Por isso, nesta Quaresma de 2020, quero estender a todos os cristãos o mesmo que escrevi aos jovens na Exortação apostólica Christus vivit: «Fixa os braços abertos de Cristo crucificado, deixa-te salvar sempre de novo. E quando te aproximares para confessar os teus pecados, crê firmemente na sua misericórdia que te liberta de toda a culpa. Contempla o seu sangue derramado pelo grande amor que te tem e deixa-te purificar por ele. Assim, poderás renascer sempre de novo» (n. 123). A Páscoa de Jesus não é um acontecimento do passado: pela força do Espírito Santo é sempre atual e permite-nos contemplar e tocar com fé a carne de Cristo em tantas passoas que sofrem.

2. Urgência da conversão

É salutar uma contemplação mais profunda do Mistério pascal, em virtude do qual nos foi concedida a misericórdia de Deus. Com efeito, a experiência da misericórdia só é possível «face a face» com o Senhor crucificado e ressuscitado, «que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gl 2, 20). Um diálogo coração a coração, de amigo a amigo. Por isso mesmo, é tão importante a oração no tempo quaresmal. Antes de ser um dever, esta expressa a necessidade de corresponder ao amor de Deus, que sempre nos precede e sustenta. De facto, o cristão reza ciente da sua indignidade de ser amado. A oração poderá assumir formas diferentes, mas o que conta verdadeiramente aos olhos de Deus é que ela escave dentro de nós, chegando a romper a dureza do nosso coração, para o converter cada vez mais a Ele e à sua vontade.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

"Ainda agora foi Natal e já começámos a caminhar para a Páscoa"

Calma, porque antes temos ainda de atravessar a Quaresma e esta palavra ou assusta ou parece estranha… Que é isso? Quaresma?

Vem do latim “quadragésima”, isto é, 40, e refere-se aos 40 dias entre a quarta-feira de Cinzas e o início da Semana Santa, o chamado Domingo de Ramos. Mas que significa? Isso é o mais importante. Para usar expressões atuais, eu diria que são 40 dias de treinos de preparação para chegar às “olimpíadas”.
(...)
Mas, em concreto, como se fazem estes treinos?

Apesar de variar de pessoa para pessoa, nova ou velha, saudável ou doente, solteira ou casada, rica ou pobre, podemos resumir em três linhas que precisam de ser explicadas e sobretudo experimentadas: ORAÇÃO, ESMOLA e JEJUM.

Parece estranho e antiquado. Porquê estas três práticas (comuns a várias religiões e que o próprio Jesus autoriza e abençoa – cf. Mt 6, 1-18)? Basicamente, porque cada um de nós, pessoa humana, é um feixe, um centro de relação: a Deus, e temos a oração; ao próximo, e temos a esmola; finalmente, a relação a si próprio, e temos o jejum.

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"Estamos no mundo para caminhar da cinza à vida"

“A Quaresma não é o tempo para fazer cair sobre o povo inúteis moralismos, mas para reconhecer que as nossas míseras cinzas são amadas por Deus”. Palavras do Papa na homilia da Quarta-feira de Cinzas

O Papa Francisco presidiu a missa de imposição das Cinzas nesta quarta-feira (26/02) na Basílica de Santa Sabina, no bairro Aventino, em Roma.

Antes da missa, o Pontífice guiou a procissão penitencial que iniciou na Igreja de Santo Anselmo, no Aventino, até a Basílica de Santa Sabina.
“Lembra-te que és pó da terra e à terra hás de voltar”. Com este versículo do Gênesis, Francisco iniciou a sua homilia, sublinhando que “o pó sobre a cabeça faz-nos ter os pés assentes na terra: recorda-nos que viemos da terra e, à terra, voltaremos; isto é, somos débeis, frágeis, mortais”. Mas, recorda o Pontífice, “somos o pó amado por Deus. Amorosamente o Senhor recolheu nas suas mãos o nosso pó e, nele, insuflou o seu sopro de vida”.

Do pó à vida
“Deste modo”, continua o Papa, “a cinza recorda-nos o percurso da nossa existência: do pó à vida. Somos pó, terra, barro; mas, se nos deixarmos plasmar pelas mãos de Deus, tornamo-nos uma maravilha”, porque “nascemos para ser amados, nascemos para ser filhos de Deus”.

Por isso, pondera o Pontífice:

“A Quaresma não é o tempo para fazer cair sobre o povo inúteis moralismos, mas para reconhecer que as nossas míseras cinzas são amadas por Deus. É tempo de graça, para acolher o olhar amoroso de Deus sobre nós e, assim contemplados, mudar de vida. Estamos no mundo para caminhar da cinza à vida”

Depois de recordar que a cinza que recebemos na testa abala os pensamentos que temos na cabeça e lembra-nos que somos filhos de Deus, Francisco recorda que:

“A cinza pousa nas nossas testas, para que, nos corações, se acenda o fogo do amor. Com efeito, somos cidadãos do céu. E o amor a Deus e ao próximo é o passaporte para o céu; é o nosso passaporte

Da vida ao pó
Porém, adverte, devemos estar atentos para não cairmos no segundo percurso: o percurso contrário, da vida ao pó!

Olhamos em redor e vemos pó de morte, vidas reduzidas a cinzas: escombros, destruição, guerra […] Continuamos a destruir-nos, a fazer-nos voltar ao pó. E quanto pó existe nas nossas relações! Vejamos em nossa casa, nas famílias […] Há tanto pó que suja o amor e embrutece a vida. Mesmo na Igreja, a casa de Deus, deixamos depositar tanto pó, o pó do mundanismo”.

Fazer o bem sem fingimento
Neste aspecto, o Papa recorda de olhar também para dentro do coração:

“Quantas vezes sufocamos o fogo de Deus com a cinza da hipocrisia! A hipocrisia: é a imundície que hoje, no Evangelho, Jesus pede para remover. De fato, o Senhor não diz apenas para fazer obras de caridade, rezar e jejuar, mas que tudo isso seja feito sem fingimento, sem falsidade nem hipocrisia”

Limpar o pó do coração
E como fazer para limpar o pó que se deposita no coração?

“Ajuda-nos o veemente apelo de São Paulo na segunda Leitura: ‘Deixai-vos reconciliar com Deus!’ São Paulo usa o passivo: deixai-vos reconciliar. Porque a santidade não é obra nossa; é graça. Sozinhos, não somos capazes de tirar o pó que suja o coração […] E a Quaresma é tempo de cura”

Caminhos rumo à Páscoa
O Santo Padre sugere caminhos rumo à Páscoa, “podemos efetuar duas passagens: a primeira, do pó à vida, da nossa humanidade frágil à humanidade de Jesus, que nos cura”, ou a segunda passagem, para não voltar a cair da vida ao pó: “vai-se receber o perdão de Deus, na Confissão, porque lá o fogo do amor de Deus consome a cinza do nosso pecado” .

Concluindo, Francisco pede: “Para amar, deixemo-nos amar; deixemo-nos erguer, para caminhar rumo à meta – à Páscoa”.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

QUARTA-FEIRA DE CINZAS 26-02-2020

Com a bênção e a imposição das CINZAS, iniciamos quarta-feira  o tempo Sagrado da Quaresma em preparação à Páscoa ...

Este tempo é privilegiado para intensificar uma abertura de coração à misericórdia de Deus, intensificando assim o caminho de conversão: arrependimento, contrição, penitência, confissão, propósito de emenda e reconciliação.

Tempo favorável para o silêncio, que conduz cada cristão à escuta da Palavra de Deus!

Na nossa Paróquia:  Às 19.00 horas – Eucaristia com o da imposição das Cinzas:
-  Na Igreja,
-  Na Capela, na Capela de Nossa Senhora da Conceição 
-  Na Capela das Irmãs, na Gandarinha.

É dia de jejum e abstinência.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

VÓS SOIS O SAL DA TERRA, A LUZ DO MUNDO!

1. Fortíssimos os sabores da Mesa da Palavra de Deus neste Domingo V do Tempo Comum. Comecemos por onde se deve sempre começar. Pelo Evangelho, hoje Mateus 5,13-16, que, dada a sua importância, sabor e sabedoria, aqui deixamos transcrito:
«Vós sois o sal da terra. Mas se o sal se tornar insípido, com que o salgaremos? Não serve para nada, senão para se deitar fora e ser calcado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. Não se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro para alumiar todos os que estão na casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus».

2. Acabámos de ouvir acordes como estes: «Vós sois o SAL da terra» (Mateus 5,13); «Vós sois a LUZ do mundo» (Mateus 5,14). O SAL dá sabor. A LUZ alumia. O mundo inteiro por horizonte. É, portanto, necessário abrir os horizontes. O mundo é a nossa casa. Compreenda-se já que o SAL e a LUZ são belíssimas metáforas das OBRAS que fazemos: «Assim brilhe a vossa LUZ diante dos homens, para que vejam as vossas BOAS OBRAS» (Mateus 5,16). Mas entenda-se também de imediato que «as nossas OBRAS BOAS» não são do domínio das nossas mãos (a LUZ escapa-nos das mãos), mas do domínio da Graça de Deus que, como em Maria, também em nós «faz grandes coisas» (Lucas 1,49). São mesmo as OBRAS que se devem ler no cone de luz da LUZ e do SAL. De resto, é sabido que, quimicamente falando, o SAL não pode perder o seu sabor. Mas um homem sem OBRAS BOAS é insípido e inútil.

3. É também urgente entender bem que aquele plural «Vós sois» se reveste seguramente de significado comunitário, como é usual em Mateus, que nunca perde de vista a comunidade eclesial. Assim, sois vós em comunidade que sois a Luz do mundo, que sois o Sal da terra, e não cada um por si. Assim também a lâmpada é para alumiar todos os que estão na casa, toda a comunidade da família de Deus. E o sal, o sal da aliança (Levítico 2,13), lá está também para dar o autêntico sabor da aliança a toda a oferta feita pela comunidade a Deus (Êxodo 30,25; Levítico 2,13), e a todo o recém-nascido a nós dado por Deus (Ezequiel 4,16).

4. Sim. O mundo é a nossa casa. E, neste vasto mundo que habitamos, são muitos os irmãos que passam fome, que não têm casa, que andam nus. Para nossa vergonha, cerca de um bilião e meio de irmãos nossos vivem abaixo do limiar da pobreza! Isaías 58,7-10 não nos deixa ficar insensíveis perante este triste panorama, mas mostra-nos, em contraponto, que muitas vezes nos blindamos dentro das portas e das janelas do nosso egoísmo e comodismo. É assim que nos tornamos insípidos e deixamos apagar a nossa luz.

5. O Livro do Deuteronómio atira-se contra a nossa tranquila indiferença: «Se houver no meio de ti qualquer irmão necessitado, não endureças o teu coração e não feches a tua mão» (Deuteronómio 15,7). Precisamos, hoje mais do que nunca, de viver ao estilo de Jesus, Bom Pastor, e ao estilo do Bom Samaritano, com «um coração que vê», para usar a expressão feliz de Bento XVI (Deus caritas est, 25 de dezembro de 2005, n.º 31).

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