quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do doente de 2021 - «Um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos»

 «Um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos»: este versículo do Evangelho de Mateus (Mt 23, 8) inspirou a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Enfermo de 2021, celebrado tradicionalmente no dia 11 de fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes.

De modo especial, o Pontífice dedica a mensagem às pessoas que sofrem em todo o mundo os efeitos da pandemia do coronavírus. “A todos, especialmente aos mais pobres e marginalizados, expresso a minha proximidade espiritual, assegurando a solicitude e o afeto da Igreja.”

Ninguém está imune do mal da hipocrisia

Quanto ao trecho do Evangelho de Mateus, o Papa explica que Jesus critica a hipocrisia de quantos dizem, mas não fazem. Esta crítica, afirma,  é sempre salutar para todos, “pois ninguém está imune do mal da hipocrisia”, um mal muito grave, cuja consequência é reduzir a fé a “exercícios verbais estéreis, sem se envolver na história e nas necessidades do outro”, isto é, uma incoerência entre o credo professado e a vida real.

A experiência da doença, escreve 

Francisco, nos faz sentir a nossa vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, a necessidade natural do outro. A doença obriga a questionar-se sobre o sentido da vida; uma pergunta que, na fé, se dirige a Deus.

A doença tem um rosto

Como remédio à hipocrisia, Jesus propõe sentir empatia e deixar-se comover pelo sofrimento do irmão.

A doença, afirma ainda o Papa, tem sempre um rosto: o rosto de todas as pessoas doentes, que se sentem ignoradas, excluídas, vítimas de injustiças sociais que lhes negam direitos essenciais.

Para Francisco, a atual pandemia colocou em evidência tantas insuficiências dos sistemas sanitários e carências na assistência às pessoas doentes, que deveria ser uma prioridade. “Isto depende das opções políticas, do modo de administrar os recursos e do empenho de quantos revestem funções de responsabilidade.”

“Ao mesmo tempo, a pandemia destacou também a dedicação e generosidade de profissionais de saúde, voluntários, trabalhadores e trabalhadoras, sacerdotes, religiosos e religiosas: com profissionalismo, abnegação, sentido de responsabilidade e amor ao próximo, ajudaram, trataram, confortaram e serviram tantos doentes e os seus familiares.”

Com efeito, prossegue o Papa, “a proximidade é um bálsamo precioso, que dá apoio e consolação a quem sofre na doença”. Quem serve, fixa sempre o rosto do irmão, toca a sua carne, sente a sua proximidade e, em alguns casos, até “padece” com ela. “Por isso, o serviço nunca é ideológico, dado que não servimos ideias, mas pessoas”, escreve o Pontífice, citando uma sua homilia pronunciada em Havana, Cuba, em 2015.

Confiança

Neste serviço para com os mais necessitados, Francisco aponta como decisivo o “aspecto relacional”, isto é, a confiança que se cria entre o doente e quem o acompanha.

“Esta relação com a pessoa doente encontra uma fonte inesgotável de motivações e energias precisamente na caridade de Cristo, como demonstra o testemunho milenar de homens e mulheres que se santificaram servindo os enfermos.”

As curas realizadas por Jesus, destaca o Pontífice, nunca são gestos mágicos, mas fruto de um encontro, uma relação interpessoalem que ao dom de Deus, oferecido por Jesus, corresponde a fé de quem o acolhe.

Que ninguém fique sozinho

Francisco então conclui recordando que uma sociedade é tanto mais humana quanto melhor souber cuidar dos seus membros frágeis e atribulados e o fizer com uma eficiência animada por amor fraterno. “Tendamos para esta meta, procurando que ninguém fique sozinho, nem se sinta excluído e abandonado.”

Por fim, o Papa confia todos os doentes e agentes da saúde a Maria, Mãe de Misericórdia e Saúde dos Enfermos. “Que Ela, da Gruta de Lurdes e dos seus inumeráveis santuários espalhados por todo o mundo, sustente a nossa fé e a nossa esperança e nos ajude a cuidar uns dos outros com amor fraterno. A todos e cada um concedo, de coração, a minha bênção.”

Vatican News

DIOCESE DO PORTO | CAMINHADA DA QUARESMA À PÁSCOA DE 2021 TODOS FAMÍLIA, TODOS IRMÃOS: TODOS JUNTOS NA ARCA DA ALIANÇA

A Diocese do Porto deseja percorrer, em família e com as famílias, este caminho para a Páscoa de 2021. Com as restrições da pandemia, é sobretudo na casa de cada família, que o queremos fazer. Se o fizermos todos juntos, sentiremos como cada comunidade cristã, apesar da dispersão, não deixará de viver e de crescer como uma verdadeira família de famílias. Convidam-se, pois, cada família a tornar-se verdadeira e pequenina igreja doméstica, lugar onde pais e filhos, netos e avós, crianças e jovens, adultos e idosos, todos juntos, se sentem todos importantes, todos a cuidar de todos, todos unidos em oração, por uma Aliança de amor divino, que nos abarca e abraça a todos. Quem nos une nesta nova Aliança é o próprio Jesus, que foi até ao Sangue, dando a Vida, para que permaneçamos sempre unidos a Ele e n’Ele.

O que é sugerido às famílias, na prática, para esta caminhada? Digamo-lo resumidamente: 

1. Criemos em casa um cantinho de oração. Em cada domingo (ou outro dia da semana) ser-nos-á proposto um tempo de oração, para uma Liturgia Familiar com a bênção da mesa. No site da diocese serão disponibilizados guiões breves. Contaremos até com alguns vídeos, que nos podem orientar e estimular. 
 2. Coloquemos lá, no cantinho de oração, e para começar, além da Cruz, uma arca: lembra a arca da Aliança, que podemos construir aproveitando materiais variados (caixas de vinho, caixas de sapatos, guarda-joias etc). No site da diocese encontraremos algumas imagens elucidativas que nos podem inspirar. 
 3. Nesta caminhada, recordemos, a partir da Liturgia da Palavra, as grandes etapas desta Aliança, desde as origens da história da salvação até Jesus Cristo. É Ele que sela a nova Aliança, gravada no coração, ao ponto de Jesus dar o Seu Corpo e Sangue, para que nada nos separasse do Seu amor por nós. Na Eucaristia, vivemos e participamos na graça desta nova Aliança. 
 4. Dentro da arca, coloquemos nove rolinhos de papel, onde está inscrito o tesouro de cada Domingo da Quaresma ou de cada um dos dias do Tríduo Pascal. Em cada Domingo (ou outro dia da semana), deverá retirar-se da arca o respetivo papiro, onde estão inscritos os tesouros, que importa descobrir e valorizar, conforme se pode ver no guião completo. 
 5. Em cada Domingo (ou outro dia da semana), em família escolhamos um objeto associado ao tesouro da semana e colocá-lo-emos junto da arca, no cantinho da oração. O guião completo oferece algumas sugestões. 
 6. Além da oração e de algum gesto simbólico, em cada semana assumamos atitudes que nos ajudem a viver todos juntos em Aliança. Os párocos e outros agentes pastorais irão propondo, semana a semana, atitudes concretas. O guião completo dá algumas sugestões, apenas como estímulo e exemplo. 8. Desde o primeiro domingo, elaboremos um plano de privação (de jejum e abstinência), cuja poupança reverta para alguma obra boa (social, cultural ou espiritual) ou para o contributo penitencial proposto pela Diocese. 
7. Em família, participemos presencialmente na Eucaristia Dominical. Enquanto tal não for possível (por estarem canceladas as celebrações com participação presencial do povo) podemos e devemos santificar sempre o Domingo, com algum momento de oração, de celebração da liturgia familiar, de realização de obras de caridade. Podemos também acompanhar a transmissão da celebração da Eucaristia, pela TV ou pelas redes sociais. Também pelas redes sociais da nossa Diocese, das suas paróquias, dos seus jornais e instituições, iremos partilhando materiais e registos das iniciativas a realizar e já vividas. O mais importante é caminharmos juntos, em direção à Páscoa, para que a nossa Aliança com Deus se renove, a partir de um coração novo, de uma vida nova, de famílias novas, esperança de um mundo renovado.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Igreja/Sociedade: Vaticano propõe «revolução» para devolver os idosos a um ambiente doméstico

Igreja/Sociedade: Vaticano propõe «revolução» para devolver os idosos a um ambiente doméstico: Cidade do Vaticano, 09 fev 2021 (Ecclesia)


– O Vaticano defende, num documento divulgado hoje, uma “revolução” na forma de tratar os idosos, devolvendo os mais velhos a um ambiente doméstico e familiar, após a pandemia.

 “Precisamos de uma nova visão, um novo paradigma que permita à sociedade cuidar dos idosos”, refere o texto da Academia Pontifícia para a Vida (APV), organismo da Santa Sé, sublinhando que o impacto da Covid-19 nos lares alertou para a necessidade de “humanizar” a assistência aos idosos. 

 O organismo cita o ensinamento do Papa Francisco sobre os mais velhos e propõe “um novo modelo de atenção e assistência aos idosos mais fragilizados”. 
 “Existe, antes de tudo, o dever de criar as melhores condições para que os idosos possam viver esta fase particular da vida, tanto quanto possível, no seu ambiente familiar, com as amizades habituais”, sustenta a APV, num documento intitulado ‘A velhice: o nosso futuro. A situação dos idosos após a pandemia’. 

 O Vaticano convida as comunidades religiosas e a sociedade civil a “sugerir e apoiar” esta “revolução coperniciana”, promovendo uma “viragem cultural”. 
 Em causa, pode ler-se, estão “medidas novas e incisivas para permitir que os idosos sejam acompanhados e assistidos em ambiente familiar, no domicílio” e, seja qual for a sua situação, em “ambientes domiciliares que se pareçam mais com uma casa do que com um hospital”. 

 “A pessoa, portanto, deve ser o coração desse novo paradigma de assistência e cuidado aos idosos mais fragilizados”, acrescenta o organismo da Santa Sé, destacando que, durante a primeira onda da pandemia, “uma parte considerável das mortes causadas pela Covid-19 ocorreu em instituições para idosos”. 

 D. Vincenzo Paglia, presidente da APV, mostrou-se particularmente crítico da situação, durante a conferência de imprensa de apresentação do documento: “Infelizmente, a Covid mostrou a tragédia de uma sociedade que faz viver mais, mas descarta mais ainda. Os dados são terríveis, em todos os continentes”. 

 “Até ao momento, fala-se em mais de 2,3 milhões que morreram de Covid-19, a maioria com mais de 75 anos; e a maior parte destes, falecidos nas instituições que os recebiam. Podemos falar verdadeiramente de um massacre de idosos”, disse o arcebispo italiano. 

 A APV alerta para os efeitos da “cultura do descarte”, denunciada pelo Papa, que se manifesta “na preguiça e na falta de criatividade para procurar soluções efetivas, quando a velhice também significa falta de autonomia”. 

 "Se alguns idosos escolhem, por conta própria, mudar-se para asilos e ali encontrar companhia, quando estão sozinhos, outros fazem-no porque a cultura dominante os leva a sentir-se um fardo e um incómodo para os seus filhos ou família”. 

 O Vaticano considera “impressionante” o número de mortos entre pessoas com mais de 65 anos e alerta para o impacto da “solidão e o isolamento” entre os mais velhos. 

 O documento propõe que os lares de idosos ofereçam serviços “diretamente no domicílio dos idosos” para promover “um atendimento integrado e de qualidade”.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

"AINDA A «JORNADA DE CAFARNAUM», E JOB, O HOMEM QUE DÓI" - V domingo TC 07-02-2021

1. Aí está diante de nós o Evangelho do Domingo V do Tempo Comum, Marcos 1,29-39, no seguimento imediato da proclamação feita no Domingo passado (Marcos 1,21-28). De madrugada a madrugada. Depois de entrarem [Jesus e os seus discípulos; ninguém como Marcos vincula Jesus aos seus discípulos] em Cafarnaum, na manhã de sábado entra Jesus na sinagoga de Cafarnaum e ensinava (Marcos 1,21). Ei-los agora que saem [Jesus e os seus discípulos: verbo no plural] da sinagoga, e entram na casa de Simão e de André (Marcos 1,29). Trata-se de um «relato de começo». Saindo da casa antiga, entram, uns 30 metros a sul, na casa nova, de Pedro. A sogra de Simão está deitada com febre. Jesus segura-lhe (kratéô) na mão (Marcos 1,31), expressão lindíssima que indica no Antigo Testamento o gesto protetor com que Deus protege o orante (Salmo 73,23), Israel (Isaías 41,13), o seu servo (Isaías 42,6). E a sogra de Simão «levantou-se» (êgeírô), verbo da ressurreição, e pôs-se a servi-los (diêkónei: imperfeito de diakonéô) de forma continuada, como indica o uso do verbo no imperfeito. A sogra de Simão é uma das sete mulheres que, nos Evangelhos, «servem» Jesus e os outros. Ela é bem a figura da comunidade cristã nascente, que passa da escravidão à liberdade, da morte à vida, gerada, protegida, guardada e edificada por Jesus no lugar seguro da casa de Pedro.

2. À tardinha, já sol-posto, primeiro dia da semana [o dia muda com o pôr do sol], toda a cidade de Cafarnaum está reunida diante da porta daquela casa, para ouvir Jesus e ver curados por Ele os seus doentes. Note-se que os demónios continuam impedidos de falar, exatamente porque sabiam quem Ele era (Marcos 1,34). Pode parecer estranho este silenciamento de quem sabe! Mas é exatamente para ficar claro que acreditar em Jesus não é isolar uma definição exata de Jesus, mas aderir a Ele e à sua maneira de viver. E este afazer é trabalho nosso, não dos demónios.

3. Na madrugada do mesmo primeiro dia da semana, muito cedo, de madrugada a madrugada, tendo-se levantado (anístêmi), outra prolepse da madrugada da Ressurreição que já se avista no horizonte, Jesus sai sozinho para rezar (Marcos 1,35), mas os discípulos correm logo a procurá-lo para o trazer de volta a Cafarnaum, pois, dizem eles, todas as pessoas o querem ver e ter. Ninguém o quer perder (Marcos 1,36-37).4. Mas Jesus desconcerta os seus discípulos, e abre-lhes já os futuros caminhos da missão: «VAMOS, diz Jesus, a outros lugares, às aldeias vizinhas, para que TAMBÉM (kaí usado adverbialmente) ali ANUNCIE (kêrýssô) o Evangelho» (Marcos 1,38). Importante e intenso dizer. ANUNCIAR, verbo grego kêrýssô, é todo o afazer de Jesus, enche por completo o seu programa e o seu caminho. Ora, ANUNCIAR, kêrýssô, é dizer em voz alta a MENSAGEM que outro nos encarregou de transmitir. Aqui, o outro é Deus. Jesus é, então, o MENSAGEIRO de Deus. O ANUNCIADOR, o MENSAGEIRO, não fala em seu próprio nome, não emite opiniões. Fala em nome de Deus.

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

"ALTA FIDELIDADE" - Festa da Apresentação do Senhor -02-02-2021

Encanta-te e louva o Senhor!


"1. A Igreja Una e Santa celebra no dia 2 de Fevereiro, quarenta dias depois do Natal, a Festa da Apresentação do Senhor, que as Igrejas do Oriente conhecem por Festa do Encontro (Hypapantê) e dos Encontros: Encontro de Deus com o seu Povo agradecido, mas também de Maria, de José e de Jesus com Simeão e Ana. Também connosco.

2. Quarenta dias depois do seu nascimento, sujeito à Lei (Gálatas 4,4), Jesus, como filho varão primogénito, é apresentado a Deus, a quem, sempre segundo a Lei de Deus, pertence. De facto, o Livro do Êxodo prescreve que todo o filho primogénito, macho, quer dos homens quer dos animais, é pertença de Deus (Êxodo 13,11-13), bem como os primeiros frutos dos campos (Deuteronómio 26,1-10).

3. É assim que, para cumprir a Lei de Deus, quarenta dias depois do seu nascimento, Jesus é levado pela primeira vez ao Templo, onde, também pela primeira vez, se deixa ver como a Luz do mundo e a nossa esperança.

4. O Evangelho a escutar, amar e admirar é Lucas 2,22-40. Compõe a cena um velhinho chamado Simeão, nome que significa «Escutador», que vive atentamente à escuta, em Hi-Fi, alta-fidelidade, alta frequência, alta definição, amor novo, e que o Evangelho apresenta como um homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel. Ora, esse velhinho que vivia à espera e à escuta, com extremosa atenção e coração vigilante, veio ao Templo sob o impulso do Espírito (en tô pneúmati). Fica aqui declarada a qualidade da energia e da alegria que move o velho e querido Simeão: não é movido a carvão, nem a água, nem a vento, nem a petróleo e seus derivados, nem a eletricidade, nem sequer a energia nuclear. Simeão é movido pelo Espírito Santo. Maneira novíssima de viver, pausa e bemol na nossa impetuosidade, na nossa vontade de aparecer e de fazer, pausa e bemol nos nossos protagonismos, expansionismos e vontade de poder. Falamos quase sempre antes do tempo, e não chegamos a dar lugar à suave voz do Espírito. Na verdade, adverte-nos Jesus: «Não sois vós que falais, mas o Espírito Santo» (Marcos 13,11; cf. Mateus 10,20; Lucas 12,12). Portanto, por paradoxal que pareça, é urgente esperar! Regressemos, pois, à beleza de Simeão. Ao ver aquele Menino, recebeu-o carinhosamente nos braços. Por isso, os Padres gregos dão a Simeão o título belo de Theodóchos [= «recebedor de Deus»]. É então que Simeão entoa o canto feliz do entardecer da sua vida, um dos mais belos cantos que a Bíblia regista: «Agora, Senhor, podes deixar o teu servo partir em paz, porque os meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos, Luz que vem iluminar as nações e glória do teu povo, Israel!» (Lucas 2,29-32).

5. E, na circunstância, também uma velhinha chegou carregada de Graça e de Esperança. Chamava-se Ana, que significa «Graça». É dita «Profetisa», isto é, que anda, também ela, sintonizada em Hi-Fi, alta-fidelidade, com a Palavra de Deus escutada, vivida e anunciada. Diz ainda o texto que era filha de Fanuel, nome que significa «Rosto de Deus»

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Liturgia: Vaticano publica novas orientações sobre a celebração de Santa Marta, Maria e Lázaro

Liturgia: Vaticano publica novas orientações sobre a celebração de Santa Marta, Maria e Lázaro: “
(...)
"Esta união entre santidade e inteligência das coisas divinas em conjunto com as humanas, resplandece, de modo particular, naqueles que são ornados com o título de ‘doutores da Igreja’. 
Com efeito, a sabedoria que carateriza estes homens e mulheres não lhes diz unicamente respeito, uma vez que, tornando-se discípulos da divina Sabedoria, se tornaram, por sua vez, mestres de sabedoria para toda a comunidade eclesial”, destaca o documento. 

 São Gregório de Narek (950-1005), místico arménio oriundo do final do primeiro milénio, notabilizou-se pela sua escrita e doutrina; a sua memória litúrgica passa a celebrar-se a 27 de fevereiro. 

 São João de Ávila (c. 1499-1569), canonizado a 31 de maio 1970 por Paulo VI, apoiou Santa Teresa de Ávila na reforma da Ordem Carmelita e o português São João de Deus na fundação de casas de apoio aos desfavorecidos; a sua memória litúrgica passa a celebrar-se a 10 de maio. 

 Santa Hildegarda de Bingen, religiosa nascida no fim do século XI em Bermershein, atual Alemanha, “assumiu o carisma beneditino no meio da cultura medieval”, “foi uma autêntica professora da teologia e estudou aprofundadamente a ciência natural e a música”, disse Bento XVI quando anunciou a decisão de a declarar doutora da Igreja, em 2012; a sua memória litúrgica passa a celebrar-se a 17 de setembro. 

 A Igreja Católica reconheceu até hoje 36 doutores, entre os quais Santo António de Lisboa O título de doutor da Igreja é atribuído a fiéis que se distinguiram pela santidade de vida, ortodoxia doutrinal e ciência.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Comunicado Paroquial - Padre Artur - 19-01-2021

Podes clicar e ler o original aqui 

"Suspensão celebrações «públicas» da Missa a partir de 23 de janeiro"

Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou hoje a suspensão das celebrações “públicas” da Missa, na sequência do agravamento da pandemia de Covid-19 no país."

Que a nossa casa seja um Casa de Oração!"

 Comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa

1. Tendo consciência da extrema gravidade da situação pandémica que estamos a viver no nosso País, consideramos que é um imperativo moral para todos os cidadãos, e particularmente para os cristãos, ter o máximo de precauções sanitárias para evitar contágios, contribuindo para ultrapassar esta situação.
2. Nesse sentido, embora lamentando fazê-lo, a Conferência Episcopal Portuguesa determina a suspensão da celebração “pública” da Eucaristia a partir de 23 de janeiro de 2021, bem como a suspensão de catequeses e outras atividades pastorais que impliquem contacto, até novas orientações. As Dioceses das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira darão orientações próprias.
3. Estas medidas devem ser complementadas com as possíveis ofertas celebrativas, transmitidas em direto por via digital.
4. As exéquias cristãs devem ser celebradas de acordo com as orientações da Conferência Episcopal de 8 de maio de 2020 e das autoridades competentes.
5. Exprimimos especial consideração, estima e gratidão a quantos, na linha da frente dos hospitais e em todo o sistema de saúde, continuam a lutar com extrema dedicação para salvar as vidas em risco. Que Deus abençoe este inestimável testemunho de humanidade e generosidade e que eles possam contar com a solidariedade coerente e responsável de todos os cidadãos, a fim de que, com a colaboração de todos, possamos superar esta gravíssima crise e construir um mundo mais solidário, fraterno e responsável.
6. Pedimos que, a nível individual, nas famílias e nas comunidades, se mantenha uma atitude de constante oração a Deus pelas vítimas mortais da pandemia, pedindo ao Senhor da Vida que os acolha nos seus braços misericordiosos, e manifestamos o nosso apoio fraterno aos seus familiares em luto.
Lisboa, 21 de janeiro de 2021

sábado, 16 de janeiro de 2021

"VINDE E VEDE" II Domingo TC 17-01-2021

1. O Evangelho deste Domingo II do Tempo Comum (João 1,35-42) faz-nos ver no primeiro plano João Batista e Jesus. João Batista permanece lá «estacado» (eistêkei), em Bethabara [= «Casa de passagem»], desde João 1,28, imóvel e sereno e atento. O lugar em que permanece parado, define-o e define-nos: é um umbral ou limiar. Todo o umbral ou limiar é um lugar de passagem. Estamos de passagem. João Batista ocupa, portanto, o seu lugar estreito e aberto entre o des-lugar e a casa, o deserto e a Terra Prometida, entre o Antigo e o Novo Testamento. 
João coloca-se estrategicamente do outro lado do Jordão, onde um dia o povo do Êxodo parou também, para preparar a entrada na Terra Prometida, atravessando o Jordão (Josué 3). É desse lugar de passagem, mas em que está parado como um guarda ou sentinela vigilante, que João vê bem (emblépô) Jesus a passar (peripatoûnti). Perfil exato: Jesus a passar: Ele é o caminho (Jo 14,6); João não é o caminho: está parado. 
E logo João aponta Jesus como o Cordeiro de Deus. Aponta-o e apresenta-o a nós, e põe-nos em movimento atrás d’Ele. Riquíssima apresentação de Jesus. Na verdade, Cordeiro diz-se na língua aramaica, língua comum então falada, talya’. Mas talya’ significa, não só «cordeiro», mas também «servo», «filho» e «pão». Aí está traçada, com uma pincelada de mestre, a identidade de Jesus: Cordeiro, Servo, Filho e Pão de Deus. 

2. Seja qual for o perfil adotado, deparamo-nos sempre com a verdadeira identidade de Jesus, na sua verdade e simplicidade. O «Cordeiro» é manso e dócil, e Jesus não vem ter connosco com um fulgor que cega ou um poder que esmaga. Vem como quem ama e serve com radical humildade e mansidão. Entenda-se bem ainda que este Cordeiro é de Deus, pertence a Deus, é Deus o seu pastor (cf. Salmo 22).

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Solidariedade: Estudo alerta para impacto do envelhecimento na sociedade portuguesa

Solidariedade: Estudo alerta para impacto do envelhecimento na sociedade portuguesa
(...)
“O nosso grande problema é ser velho, ser doente e ser dependente”, acrescentou, observando que “ser doente é ter múltiplas doenças crónicas”, pelo que se exige formação “para dar resposta à multimorbilidade e dependência dos idosos”. 

 Outra dimensão “preocupante” identificada no estudo é o contexto sociofamiliar, porque já não existe “a ideia de famílias alargadas, onde idosos estariam inseridos”, levando a que muitos vivam sozinhos “ou acompanhados por uma pessoa com idade idêntica à sua”. 

 O investigador explicou que estudaram as Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) e os Centros de Dia com o objetivo “compreender e caraterizar” a dependência das pessoas cuidadas e “desenvolver um modelo de cuidados adequado a esta nova realidade”. 

 O professor universitário adiantou que estão a desenvolver um “modelo de cuidados”, adiantando que é preciso “reconsiderar o enquadramento legislativo”, os princípios que devem obedecer os “cuidados centrados na pessoa, no respeito, no autocuidado, na relação de apego e de suporto social”, o enquadramento organizacional, as necessidades das pessoas e os resultados a atingir.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Covid-19: Conferência Episcopal determina suspensão de Batismos, Crismas e Matrimónios, face a «gravíssima situação» da pandemia (c/áudio)

Covid-19: Conferência Episcopal determina suspensão de Batismos, Crismas e Matrimónios, face a «gravíssima situação» da pandemia (c/áudio): Lisboa, 14 jan 2021 (Ecclesia)

 – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) determinou hoje a suspensão ou adiamento das celebrações de Batismos, Crismas e Matrimónios, face à “gravíssima situação” provocada pela pandemia. 
 A decisão é anunciada em comunicado do Conselho Permanente da CEP, a respeito do novo período de confinamento que se inicia esta sexta-feira, determinado pelo Governo português.
 “Estamos conscientes da gravíssima situação de pandemia que vivemos neste momento, a exigir de todos nós acrescida responsabilidade e solidariedade no seu combate, contribuindo para superar a crise com todo o empenho”, indicam os bispos católicos.

 A CEP destaca que, tendo em conta as orientações governamentais decretadas para o confinamento que se inicia a 15 de janeiro, as comunidades católicas podem prosseguir “as celebrações litúrgicas, nomeadamente a Eucaristia e as Exéquias”, segundo as diretivas publicadas a 8 de maio de 2020 em coordenação com a Direção Geral da Saúde (DGS).
 “Outras celebrações, como Batismos, Crismas e Matrimónios, devem ser suspensas ou adiadas para momento mais oportuno, quando a situação sanitária o permitir”, determina o organismo episcopal. Os bispos adiantam que a catequese continuará em regime presencial onde for possível observar as exigências sanitárias”. “De contrário, pode ser por via digital ou cancelada. 

Recomendamos ainda que outras atividades pastorais se realizem de modo digital ou sejam adiadas”, acrescenta a nota. A nossa celebração da fé abre-nos ao Deus da misericórdia e exprime o compromisso solidário com os esforços de todos os que procuram minimizar os sofrimentos, gerando uma nova esperança que, para além das vacinas, dê sentido e cuide a vida em todas as suas dimensões”.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Vaticano: Papa recebeu presidência da Conferência Episcopal Portuguesa e evocou impacto da pandemia


Vaticano: Papa recebeu presidência da Conferência Episcopal Portuguesa e evocou impacto da pandemia: Cidade do Vaticano, 08 jan 2021 (Ecclesia) 
– O Papa recebeu hoje no Vaticano a presidência da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e evocou o impacto da pandemia, pedindo atenção para as pessoas mais atingidas pela crise. “O Papa Francisco acentuou que se deve prestar particular atenção às crianças, aos idosos e aos migrantes, os mais atingidos por esta crise. 
Salientou que se deve cuidar com toda a atenção da relação entre jovens e idosos, por estar em questão a ligação intrínseca entre a herança que os idosos transmitem e as raízes para as quais os mais jovens devem olhar”, refere uma nota da presidência da CEP enviada à Agência ECCLESIA. 

O encontro desta manhã abordou os “desafios” que a Covid-19 coloca à ação da Igreja Católica, tendo o Papa manifestado a sua “esperança” de que a pandemia “seja brevemente ultrapassada, com a convergência dos esforços de toda a humanidade”. Os bispos portugueses manifestaram a Francisco a disposição de “diálogo e respeito pelas orientações das autoridades governamentais e sanitárias”, nesta situação pandémica, e “na procura de respostas sociais em relação àqueles que são mais atingidos pela pandemia, os mais pobres e descartados”

domingo, 27 de dezembro de 2020

Vaticano: Papa convoca ano especial dedicado à família

Vaticano: Papa convoca ano especial dedicado à família: Cidade do Vaticano, 27 dez 2020 (Ecclesia) – O Papa convocou hoje um “ano especial” dedicado a família, a partir de 19 de março de 2021, assinalando o 5.º aniversário da exortação ‘Amoris Laetitia’, resultado de duas assembleias do Sínodo dos Bispos. “Vai haver um ano de reflexão sobre a Amoris Laetitia. Será uma oportunidade para aprofundar os conteúdos do documento. Estas reflexões vão ser colocadas à disposição das comunidades eclesiais e das famílias, para os acompanhar no caminho”, indicou, durante a recitação do ângelus, na biblioteca do Palácio Apostólico do Vaticano.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

"Há dois mil anos deus sonhou e foi Natal em Belém. Sonha também"

 Há dois mil anos Deus sonhou

E foi

Natal em Belém.

Sonha também.


Se o jumento corou

E o boi se ajoelhou,

Não deixes tu de orar também.

 

A notícia ecoou nos campos de Belém.

Com o celeste recital que ali se deu,

O céu ficou ao léu,


A terra emudeceu de espanto,

E os pastores dançaram tanto, tanto,

Que até os mansos animais entraram nesse canto.

 

Isaías 1,3 antecipou a cena,

E gravou com o fulgor da sua pena

O manso boi e o pacífico jumento

Comendo as flores de açucena da vara de José sentado ao lume,

E bafejando depois suavemente o Menino de perfume.

Enquanto os meigos animais vão comer à mão do dono,

O meu povo, diz Deus, não me conhece, e perde-se nos buracos de ozono.

 

Vem, Menino!

E quando vieres para a tua doirada sementeira,

Que logo cresce e se faz messe (João 4,35),

Quando assobiares às boieiras,

Chama também por mim,

Diz bem alto o meu nome,

Vamos os dois para o campo e para a eira,

E enche-me de fome de um amor como o teu,

Pequenino e enorme.


António Couto

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

"Hoje sabereis que o Senhor vem" Missa da vigília (manhã)

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Ex 16, 6-7
 Hoje sabereis que o Senhor vem salvar-nos. 
Amanhã vereis a sua glória.


LEITURA I Is 62, 1-5 
Serás a predilecta do Senhor

Por amor de Sião não me calarei, por amor de Jerusalém não terei repouso, enquanto a sua justiça não despontar como a aurora e a sua salvação não resplandecer como facho ardente. Os povos hão-de ver a tua justiça e todos os reis da terra a tua glória. Receberás um nome novo, que a boca do Senhor designará. Serás coroa esplendorosa nas mãos do Senhor, diadema real nas mãos do teu Deus. Não mais te chamarão «Abandonada», nem à tua terra «Deserta»; mas hão-de chamar-te «Predilecta» e à tua terra «Desposada», porque serás a predilecta do Senhor e a tua terra terá um esposo. Tal como o jovem desposa uma virgem, o teu Construtor te desposará; e como a esposa é a alegria do marido, tu serás a alegria do teu Deus. 
Palavra do Senhor.