"O que torna a missa cativante deve ser procurado mais deste lado do altar, nomeadamente no nosso coração, mais do que do outro lado da própria liturgia.
Não se produz nada de especial nalgumas celebrações que, no entanto, são entusiasmantes, intensas, cheias de calor. Isto tem a ver não com a estrutura externa das cerimónias, mas com a estrutura interna
da assembleia reunida.
Se há coisa evidente na Bíblia é que Deus não Se apressa a vir: Ele não Se precipita nem faz tudo ao mesmo tempo.
O tempo é o aliado fiel de Deus. Deus faz-se desejar, alias, é característica de todos os tipos de amor servirem-se do tempo como aliado e pedagogo.
O mesmo se passa com a missa, que prossegue calmamente até ao seu apogeu.
Poderíamos muito bem imaginar a priori que muito simplesmente nos reuníamos, consagrávamos
imediatamente o pão e o vinho, íamos comungar e acabávamos com uma breve ação de graças.
Teríamos o essencial, não é verdade?
É claro que sim, mas a missa não é um self-service para gente apressada deste género.
A celebração eucarística é uma ascensão paciente para a união com Deus no amor.
No caminho para o cume há quatro etapas a transpor:
A primeira é a do primeiro encontro:
O homem apresenta-se cheio de hesitações diante de Deus, tomando consciência de quem é e de quem é Deus.
É a liturgia de abertura, uma aproximação hesitante, uma troca de confiança «cativa-me!», dizia a raposa ao Principezinho:«Posso ir para o pé de ti?».
Vem então o momento do confronto e do face a face.
Na liturgia da Palavra, Deus interpela o homem através da sua palavra: expõe as suas exigências e dá a conhecer as suas promessas.
Pede também uma resposta. E a Igreja dá-Lhe essa resposta no:
salmo e na oração universal.
O terceiro momento é o da conversa coração a coração, a oração eucarística.
Aqui já não se prega, já não se ensina; aqui já não há palavra nem resposta. Já não há senão a linguagem de amor da oração, do coração a coração.
Já não há meditação; aqui uma única coisa: encontrar boa conexão e manter-se em sintonia."
O último momento é o auge do encontro:
A comunhão, poderia intitular-se «boca a boca» ou mesmo «corpo a corpo».
Porque aqui tocamos no próprio Corpo do Senhor e Ele próprio toca no nosso: comemos o seu Corpo
A missa segue simplesmente o caminho do amor:
- conhecer-se;
- confrontar-se;
- falar coração a coração, «tornar-se uma só carne».
IN Revista Mensagem
A comunhão, poderia intitular-se «boca a boca» ou mesmo «corpo a corpo».
Porque aqui tocamos no próprio Corpo do Senhor e Ele próprio toca no nosso: comemos o seu Corpo
A missa segue simplesmente o caminho do amor:
- conhecer-se;
- confrontar-se;
- falar coração a coração, «tornar-se uma só carne».
Sem comentários:
Enviar um comentário