"Maria, nas bodas de Caná, guia-nos no caminho da conversão, da alegria e da missão, quando ali dispõe de tudo, para deixarmos o Senhor entrar na nossa vida, escutando e cumprindo a sua Palavra, de modo que Ele possa transformar a nossa vida e renovar-nos nas fontes da alegria. Maria revela-se, nas bodas de Caná, como verdadeira «causa da nossa alegria».
Alguns verbos e movimentos associados a esta cena mariana dão-nos o mote para uma caminhada em três tempos, sob a guia, inspiração e companhia de Maria:
- as seis semanas da Quaresma (encher as seis talhas);
- o Tríduo Pascal (tirar a água e saborear o vinho);
- os cinquenta dias do Tempo Pascal (servir o vinho bom e levá-los aos outros).
Por outro lado, a transformação da água em vinho, nas bodas de Caná, coloca-nos na dimensão simbólica do Batismo e da Eucaristia, nesta Quaresma, do Ano A, fortemente marcada pela dimensão batismal, com vista à preparação, celebração e mistagogia dos sacramentos da iniciação cristã, que começam precisamente com o mergulho na água batismal e têm o seu coroamento à mesa da Eucaristia, com a fração do pão ázimo e a elevação da taça do vinho novo.
“As grandes ânforas de pedra que Jesus manda encher de água para a transformar em vinho (cf. Jo 2,7) são sinal da passagem da antiga para a nova aliança: no lugar da água usada para a purificação ritual, recebemos o Sangue de Jesus, derramado de modo sacramental na Eucaristia e de maneira cruenta na Paixão e na Cruz. Os Sacramentos, que brotam do Mistério pascal, infundem em nós a força sobrenatural e permitem saborear a misericórdia infinita de Deus” (Papa Francisco, Angelus, 17.01.2016).
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