As meditações da Via-Sacra deste ano são propostas pela capelania do Estabelecimento Prisional «Due Palazzi» de Pádua. Aceitando o convite do Papa Francisco, catorze pessoas meditaram sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, tornando-a atual nas suas vidas.
Entre elas, há cinco pessoas presas, uma família vítima dum crime de homicídio, a filha dum homem condenado à pena de prisão perpétua, uma educadora de prisão, um juiz supervisor, a mãe duma pessoa presa, uma catequista, um frade voluntário, um agente da Polícia Penitenciária e um padre acusado e mais tarde absolvido definitivamente pela justiça depois de oito anos de processo ordinário.
Acompanhar Cristo pelo Caminho da Cruz, com a voz rouca das pessoas que povoam o mundo das prisões, é uma oportunidade de assistir ao duelo prodigioso entre a Vida e a Morte, descobrindo como os fios do bem, inevitavelmente, se entrelaçam com os fios do mal. Contemplar o Calvário por trás das grades é acreditar que uma vida inteira se pode decidir em poucos instantes, como aconteceu ao bom ladrão. Será suficiente encher de verdade tais momentos: o arrependimento pela falta cometida, a convicção de que a morte não é para sempre, a certeza de que Cristo é o inocente injustamente escarnecido. Tudo é possível a quem crê, porque mesmo na escuridão das prisões ressoa este anúncio cheio de esperança: «Nada é impossível a Deus» (Lc 1, 37).
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